29.7.10

SUMMER IN THE CITY

Nunca pensei dizer isto, mas hoje gostaria de ser hipopótama... Não as do Fantasia da Disney, feitas bailarinas delgadas, mas aquelas hipopótamas que passam o dia dentro de água...
Está um calor que não se pode e como diria um amigo: - Estou com problemas na caldeira, o termóstato está avariado! Desde que vim de Londres sofro desse 'mal', o Inverno acho-o ameno, no Verão falta-me o ar e já não tenho roupa para despir... Enfim, eu aqui a derreter no meu último piso e os desgraçados em Londres com frio em pleno Verão... Isto há coisas...
Só vos digo, o calor e a falta de ar é tanta que nem o cérebro consegue trabalhar. Queria escrever um texto inteligente, sobre o calor, sobre o aquecimento global, e tudo o mais que me lembrasse da temática climatérica... mas só me sai isto... Está calor, ora bolas!!!

24.7.10

AINDA SOBRE MACAU...

Tu? És a Prainha, não és? Congelei... procurava infindavelmente no meu ´arquivador de memórias´de quem era aquela cara... Sim, respondi, meia desconfiada... Ele continuou: - Macau?
Sim, mais uma vez ele acertava, e mais uma vez ele fazia perfeita ideia de quem eu era, mas e eu? Que não conseguia descodificar aquela cara. Ai, sim? Macau?
- Prainha, somos inclusivamente da mesma geração... Eu, começava a transpirar das mãos...
- Eu sou o David. Lembras-te dele? Deodato? Bem, aqui fez-se luz, como poderia esquecer? Claro, teatro... Agora sim... Despediu-se...
Mais tarde em conversa com o David desculpando a minha falta de memória falámos sobre o fenómeno que é agora iniciarmos conversa com gente que outrora não tínhamos nada para dizer, só porque sabemos que partilhamos essa experiência Macau...
- Mas Prainha, continuou... Se calhar não tínhamos nada para dizer, mas agora... Tu sabes como é, também estiveste lá, sabes o que se sente quando se lá volta, até pode não nos dizer nada agora, mas o nosso coração bate mais forte. Foram os melhores anos da minha vida e por mais que eu tento explicar ou transmitir a alguém que nunca lá foi, é difícil...
Sim, sem dúvida sabia como era e provavelmente como eu muitos outros que passámos por aquele pedaço de terra perdida no sul da China... - Mas tu, estiveste lá, sabes do que falo... Estas palavras por razões alheias ficaram-me na memória... Sim, estive lá e sim, sabia do que falava... Há coisas que não se explicam e Macau é uma delas...

12.7.10

COLOURING THE SKY

Ando muito preguiçosa: o calor - dizem uns, o trabalho - outros reclamam, a falta de tempo - ainda outros... A verdade é que não sofro deste mal, sofro talvez da falta disto tudo: não acho que o calor seja um problema, acho-o delicioso; o trabalho abrandou, para dar azo agora à imaginação e o tempo tem-se esticado devido aos longos dias e noites. Portanto tenho a concluir que devo estar definitivamente no ritmo lusitano, em que tudo é saboreado com muita calma e descontracção...
Não me estou propriamente a queixar, quer dizer, os caríssimos leitores é que se devem queixar pela falta de actividade deste blog. Eu agora digo: - o calor, o trabalho, o tempo - tudo isto tem contribuído para esta ausência... e talvez esta inércia mental, esta falta de vontade de escrever, porque isto implica um certo estado de espírito e por vezes algo controverso e extremista: é sempre "muito" qualquer coisa... feliz, triste, enérgico, divertido - tirem vocês as vossas ilações.
Enfim, um blog ao sabor do espírito e pouco ao sabor da mente... Não é lá muito blogueiro, pois não? A wikipedia diz-me que um blog é um diário publicado na internet... Já quase me vieram as lágrimas aos olhos de tanto rir... diário? Este blog quase está a parecer um anuário é só o que vos digo... As sakuras já quase as perdemos... Quando me lembrar delas, talvez, mas a verdade é que com este calor, as sakuras já desabrocharam e já caíram... Um dia conto-vos o que é ver as sakuras a desabrochar no país do Sol Nascente.
Mas hoje apetece-me dizer-vos que adoro Lisboa e neste meu estado de espírito quase "blasé" cada vez mais confirma a vontade de cá estar. Irónico, não? É que no fundo sinto-me uma estrangeira, aliás muitas vezes sou confundida com uma dessas, dirigem-se a mim em línguas que nem entendo e eu apenas sorrio de volta, faço-me desentendida... Calcorreio Lisboa como uma turista, com as minhas sandálias rasas, nem sei já o que são saltos altos, descubro sítios novos, faço muitas perguntas e sinto-me uma criança que acabou de descobrir porque é que o céu é azul... Sim, porque descobri que o céu lisboeta é muito azul, não é cyan, mas também não é indigo, é parecido com um daqueles quadradinhos azuis da pantone, sim desses mesmos, é esse, não talvez o do lado, é o entre este e aquele.
Aliás, deixo o desafio aos leitores gráficos, para responderem aqui aos leigos da cor, de que quadradinho pantone corresponde o céu lisboeta? Não acredito que nenhum de vocês não tenha já pensado nisso, da mesma forma que os esquimós têm milhares de definições para branco, também eu acho que o nosso céu lisboeta poderia dar azo a um dicionário infinito de azuis.
Bem, vou voltar ao "dolce fare niente" e deliciar-me com este céu azul de cor lisboeta...