10.10.11

EDINBURGH - THE REBEL

Edimburgo, o renascer da fénix, dormir e dormir que nem uma lontra. Quer dizer pelo menos era isso que queria ter feito mas com 20ºC à noite e lua cheia, impossível ficar em casa. A minha primeira cidade sozinha, sem contacto humano, pelo menos familiar, por assim dizer. Seria apenas a primeira de muitas cidades em que estou por minha conta.

Felizmente, já conhecia a cidade, portanto não houve choque nem dilemas emocionais. Daqui, tenho a reter o meu episódio de bom rebelde que teve lugar num autocarro. Primeiro dia em que cheguei, levei horas e horas a sair do hotel. Quando finalmente decidi sair, meti-me num autocarro e 15 minutos de percurso, encontro-me 15 minutos parada sem sair do lugar. Intrigada observo os outros passageiros.

Um senhor aproxima-se do condutor, explica-lhe que tem um casamento e que já está atrasado. Não é que o senhor esteja vestido para um casamento, mas ele acrescenta, sou o padre! O condutor murmura qualquer coisa, desculpa-se que não tem autorização para abrir a porta e fica impávido e sereno... A verdade é que os santinhos ajudaram e o homem de consciência pesada, abre a porta num ápice e pede a benção. O padre sai, mas a mim é-me barrada a saída.

A seguir um casal aproxima-se e faz o mesmo pedido, desta vez, um comboio para apanhar. O homem volta a estrebuchar e diz que não pode abrir a porta. Uns minutos depois, mostra ao casal um bloco de notas. A mulher sorri para o marido e pressiona o botão de emergência para sair, enquanto o condutor berra a dizer que não tem nada a ver com isso, que eles é que quiseram sair.

Confesso que a esta altura começo a ferver em lume brando, isto é o disparate do politicamente correcto britânico, a falta de senso comum e a mediocridade tudo junto. Nisto já tinha passado mais de meia hora no MESMO sítio.

Fiz a minha pergunta inocente, se podia sair, uma vez que estávamos há imenso tempo parados e que isto era concerteza uma excepção portanto ele podia-nos deixar sair. Para quem tinha pedido a benção há pouco tempo, o homem parecia que tinha visto o diabo. Ao que eu acrescento mais lume à fogueira: começo a perguntar se me sentir mal, ele tem de abrir a porta ou vai-me deixar desmaiar ali em pleno autocarro? O homem hesitou por um momento, mas não se deixou vencer. Ao que eu nem olho duas vezes, carrego no botão de emergência de saída para grande espanto do autocarro inteiro!

1 Comments:

Blogger Billy said...

Iu uuuuuuu! Boa, boa, boa! Grande Prainha!

05:20  

Post a Comment

<< Home