22.3.10

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Este post faz sentido a quem conhece Macau... Aos outros peço desculpa, mas talvez fique aqui a deixa para conhecerem... Ou então imaginem-se como o cego que é guiado por Amélie Poulain, neste caso Prainha.
Estou a dormir junto ao Hotel Sintra, perto da antiga Escola Comercial ou então de onde os meninos faziam skate e era a loucura da altura. Saio da porta e à minha direita tenho o Hotel Lisboa e o 'famoso' ananás, vulgo flor de lótus ou raios que o parta, porque uma coisa assim faz-me dar a volta ao estômago, mais uma oportunidade perdida...
Mas sigam-me porque nós viramos à esquerda a caminho do Leal Senado, na Almeida Ribeiro. Passamos o BCM e o BNU e subimos a avenida até ao Largo do Leal Senado. Aí está tudo como o deixámos, aliás até mais arranjadinho. Os turistas multiplicam-se em fotos e fotos de fontes e calçada portuguesa... Aliás essa é uma novidade, as ruas estão agora calcetadas, e esta hein? Continuamos, uma chinesa faz a pose mais lamechas que eu alguma vez vi, mas eu não páro de sorrir, essa aí à vossa esquerda...
Farmácia Popular, Igreja, a Livraria Portuguesa, mas antes disso viro para a Rua da Palha. O cheiro continua o mesmo, eu nem quero acreditar, algo entre os fritos da esquina e os cozidos da tasca. Continuo a subir até às Ruínas de S. Paulo. Ora aí estão, same, same, mais flores, mais turistas, subo até lá acima e começo a descer em direcção ao Jardim Camões.
O Camões continua Camões, cego dum olho... os velhotes, os passarinhos, as crianças a brincar... Dou a volta ao Jardim e agora... já não me lembrava disto, a patinagem no gelo e o bowling... Aí parece que o tempo não passou, como estava foi como ficou. Continuo, os bombeiros e desço na rua do Cinema Alegria. Rings the bell? Só de vez em quando tinham alguns filmes ingleses, naqueles outdoors pintados à mão...
Quando dou por mim estou na zona do mercado vermelho e no largo dos 3 candeeiros, aqui perdi-me pelas mesmas tendinhas, mais chinesas, mais caras, mais trapos... Continuo, estou à porta do Queen´s Court, o Mc Donald´s onde fizémos um tal 'Cunhado' assinar uma dedicatória. Continuo a rua e o Walker's e o Talker's já não existem...
Passo pelo Templo de Kun Iam, D. Bosco e dou comigo no Hoi Fu. Continuo a andar e volto a descer a Horta e Costa... O Conservatório... Jardim do Lou Lim Ieok e Tap Seac... que também já não existe, para dar lugar não sei bem a quê.
Desço a Rua do Campo, o Mc Donald´s à vossa direita, ainda parece que nos estou a ver ali no ponto de encontro e passando à porta do Sta. Rosa, subo até ao Jardim S. Francisco Xavier... Sento-me e descanso...
Sinto-me num tumulto emocional, nem sei bem porquê, desculpo no jet lag esta falta de ar, esta cabeça meio aérea... Também não há razões para isso, ah, alguém me diz que é da qualidade do ar... Hoje não aconselham a fazer desportos ao ar livre que nem se respira...
Eu acredito, mas no fundo, sei que é inevitável viver-se entre este confronto com o que foi e o que ficou ou que já era... Imaginem-se numa pista de carrinhos de choque, em que somos abalroados de todos os lados, mas que no fundo não faz grande mossa ou será que faz?

3 Comments:

Blogger Billy said...

Adorei o passeio, obrigada. :)

(o Panamá fez-me tanto lembrar Macau!)

12:24  
Anonymous Rita said...

Mais uma aventura!Esta carregada de memórias! Aproveita bem a viagem!
Adorei ler estes posts de Macau, já fiquei com o bichinho para conhecer!

beijos

17:14  
Anonymous Anonymous said...

Também adorei o passseio! Que giro, consigo imaginar tudo o que descreveste, mas são memórias que estavam bem no fundo do baú. Obrigada!!! (billy, agora sou eu a assinar por baixo :) )

Sonia

22:26  

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