2.2.10

NO RELIGION...

A brincar, a brincar já lá vai quase 1 ano depois desta viagem e se vocês já perderam o fio à meada o que direi eu... Isto para dizer que acho que chegou o momento derradeiro da odisseia de Prainha na Selva. Acrescento também em primeira mão de que de momento encontro-me do outro lado do mundo, por acaso não muito longe do sudeste Asiático e talvez por isso achei que seria o momento ideal para rematar este capítulo...
A verdade é que depois deste momento de epifania algures no meio da Selva, tudo ficou aquém daquele momento. Houve outros momentos igualmente bons, mas não tão marcantes como este.
Houve outras coisas também, por exemplo, outra lição que aprendi nesta aventura é que a religião não é impedimento nenhum para as pessoas não se entenderem... Temo que seja um assunto um tanto ou quanto controverso... mas toda esta minha experiência levou-me a acreditar no que sempre acreditei: a convivência é possível e que o problema não é a religião e os princípios em si, mas a interpretação de cada um de nós...
Com isto, voltando à nossa história, sei que já foi há algum tempo mas se bem se recordam o David é judeu, eu posso dizer que tive formação cristã, apesar de hoje em dia regir-me pelos meus princípios portanto já nem sei se sou isso e a família onde ficámos muçulmana... Ora bem, isto seria impensável para muitos, teria dado azo a guerra aberta mesmo: as 3 religiões debaixo do mesmo tecto... E foi provavelmente das experiências sócio-culturais mais interessantes e inesperadas que alguma vez tive. Aprendi imenso, trocámos imensas ideias e opiniões e na verdade o respeito entre os três foi único. Comemos à mesma mesa, fomos inclusivamente presenteados com um jantar especial temo que tenha sido um primo da Cookies, de carne de veado, mas no fundo a mensagem era bem mais profunda que um choque cultural, era a esperança de que com a tolerância e aceitação tudo é possível... Sunny no fim abraçou-nos e confessou-nos iclusivamente que nem costumava ir banhar-se ou deixar os filhos com os hóspedes mas nós éramos diferentes...
Talvez tivesse razão, aqueles 2 dias pareceram semanas e tudo foi vivido com a maior intensidade. Infelizmente tinha chegado a hora de partir... era a hora da despedida de David... Ele continuava para Sipadan para mergulhar e eu voltava a KK para tratar do meu seguro de viagem...
No momento que entrei na carrinha, arrependi-me profundamente de não o ter seguido, senti o nó na garganta...
E confesso que depois disso a viagem deixou de ter graça, senti que a sensatez nem sempre é a nossa melhor amiga...

1 Comments:

Blogger Billy said...

Prainha, que mania esta a de me deixares sempre de lagrimita no olho. Tem algum jeito? Nao tem!

(beijinhos panameños)

14:06  

Post a Comment

<< Home