29.7.08

SERPENTINE PARTY

A festa da Serpentina - mais uma festa, mais arquitectura. Esta é outra daquelas festas das mais antecipadas do ano também no círculo arquitectónico mas de frequência mais limitada e selectiva. Confesso que não sei como nem porquê certas coisas vêm simplesmente parar-me às mãos, eis quando dou comigo com um convite para a SPECIAL PRIVATE VIEW da abertura oficial do pavilhão da Serpentine Gallery. Foi um daqueles eventos de trabalho que surgiram à última hora e que nem estava preparada psicologicamente nem indumentariamente para tal. Correndo o risco de parecer a Lili Caneças da arquitectura, e já arrependida de o ter dito dado que isso não abona muito a meu favor, conforto os meus leitores e amigos que de Lili só a presença em festas culturais mesmo.
Passando à frente, para quem não sabe, a Serpentine Gallery como o nome indica é uma galeria de arte que todos os anos convida um arquitecto de prestígio sem obra no Reino Unido a criar uma estrutura temporária que eregem por 3 meses em anos de bom tempo. O espaço é normalmente palco de concertos, festas, filmes, exposições, seminários, conversas e tudo o mais e afins... Este ano o protagonista foi Frank O. Gehry.




Umas vezes mais interessantes que outros verdade seja dita, tenho a acrescentar que este último é mais fotogénico que outra coisa, mas definitivamente recomenda-se a deslocação até ao Hyde Park para ver este regular cenário de Verão - THE SERPENTINE PAVILLION.
Voltando à festa, perguntava eu o que é a SPECIAL private view das 6h até às 7h e o que acontece para a diferenciar da PRIVATE view a partir das 7h. Como seria de esperar numa terra como esta, apesar de eu ainda não estar habituada a estas distinções culturais a diferença está no bar. Ou seja, bar aberto entre as 6h e as 7h e a partir daí como diria o brasileiro, neguinho paga. E tanta sofisticação dum lado, mas ao fim e ao cabo a quantidade de bebida à borla é que conta, isto para dizer, que à SPECIAL private view estavam maioritariamente os patrocinadores, artistas, socialite, pessoas ligadas ao negócio da arte, curadores, etc... mas tudo feito abelhas em busca do néctar. Abelhas não sei se eram mas muita ave rara vi eu. Londres tem destas coisas. Não me posso esquecer que estou numa das grandes metrópoles mundiais em que o estatuto de anonimato aflige muita gente, o que os coloca numa posição de aspirantes ao estrelato, à individualidade e claro que perante isto, está tudo dito - vale tudo. Gente metade mulher - metade homem; Lilis por todo o lado; mulheres que não conseguem sorrir com medo de rasgar a pele; empresários; modelos; os wannabes todos e os normais. Mais variado não poderia ser e mais bizarro também não. Mas lá tenho de lhes dar um desconto, à conta de umas quantas bebidas a partir de certa altura já não interessa quem é quem ou o quê.
Tendo travado conhecimento com uma colega de profissão praticamente da minha idade e com quem criei empatia resolvemos deixar a nossa crowd iluminada e ir dar uma olhada à exposição no interior da galeria.
Já de saída somos barradas por um gentleman que nos aponta para o pavilhão e chuta: - So what do you think of this art, ladies? Sorrimos de volta, opinámos e apresentámo-nos. Peter, colecionador de arte, designer de interiores e investidor imobiliário, o gentleman em pessoa, o sotaque absolutamente britânico e claro, distinto... Aproxima-se um amigo, apresenta-se, semelhante perfil, este apenas colecionador de arte, um bronzeado de fazer inveja: - I love sailing! every time I have the chance I go away. It must be very hard for you, away from your sunny country? I met your ambassador, very distinct. He is a 'fidalgo'. Un verdadero fidalgo, mui distincto. Si, también hablo castellano. Trocámos cartões, oh, lighting designer, how wonderful! Light is extremely important, without light, there is no space, architecture or even art. Very interesting!
Foi interrompido, tinha de falar com um arquitecto - the architect that designed the most famous hotel in Shanghai, ladies. Perdemos o Alan, mas continuámos num bate papo com Peter. Falou-se de arquitectura, de diferentes países, de arte moderna e da incapacidade desta de envolver o público em geral e ser absolutamente elitista e pedante, and so on and so on... Peter convidou-nos para aparecermos na abertura de 3 eventos no dia seguinte na rua mais artística de Londres - for the true essence art, not the fake one. Anna repostou: - But you need an invitation, don't you?
- For you ladies, no one will stop you at the entrance but if you have any problem just wave me and I'll come and get you. De repente apercebemo-nos que o sol já estava posto e que a nossa crowd já se tinha dispersado. Peter desculpou-se: - Oh, dear! You spent all your evening with the middle age and you missed all the good-looking young men! I am so sorry ladies...
Sorrimos e despedimo-nos. Virei-me para a Anna: - Well, middle-age is just being nice, I'd say more ancient, roman classicity, and yes, where are the good-looking young guys? They´re gone and we were stuck to the 'reumatic brigade' Ela soltou uma gargalhada: - Oh well at least these ones are easier to entertain...

17.7.08

JELLY PARTY

Correndo o risco de tornar a minha vida londrina mais interessante que a minha viagem à Patagónia, tenho de ir interrompendo a saga para vos pôr a par do que se vai passando por estas bandas.

Ora o Verão Britânico está aqui como sabem e se é verdade que não traz calor e sol, eventos é coisa que não faltam. Esta gente anda numa euforia, claro que ninguém faz metade do que eu faço, mas Londres é para estas coisas mesmo, pelo menos na minha singela opinião.

Para os amantes da arquitectura ou ligados à profissão está instaurada a época da agenda mais preenchida do ano. Para além das festas imperdíveis anuais de Verão, nomeadamente a abertura das exposições finais da Bartlett e Architectural Association, as instituições académicas cá do sítio, o London Festival of Architecture está aí, ou seja, um mês de exposições, eventos especiais, instalações (até eu estive envolvida numa mas deixo isto para outro post), seminários, workshops, pequenos-almoços, conferências, caminhadas, 'bicicladas', festas e concertos espalhados por cinco pontos diferentes da cidade. Tudo serviu de desculpa para não parar em casa... e eis quando dou por mim na festa da Gelatina.

Devem estar a perguntar o que é a Festa da Gelatina, nomeadamente no círculo arquitectónico. Rezava o flyer sobre o evento gastronómico da Arquitectura, o concurso de obras arquitectónicas em gelatina de conceituados arquitectos, blá, blá, blá, mais umas quantas palavras difíceis e abstractas para compôr os slogans à l'architect, para não falar do dress code de sobremesa e aí estava eu e um bando de curiosos. O cenário arquitectónico revelava-se promissor: o pórtico neo-clássico da minha ex-universidade, palco para muitos filmes desde o Batman à Múmia, e a mesa de DJ estrategicamente colocada no topo da escadaria que convida o público a torná-lo na pista de dança mais cinematográfica em que alguma vez estive.



Logo que entrei no pátio da minha ex-faculdade percebi o quão estava errada, tudo não tinha passado duma estratégia de marketing barato. Tinha eu saído DA tão esperada festa da AA para isto, mas depois duns quantos suspiros, ter deixado 5 libras à porta e prometido a uma amiga que estaria por lá, resolvi dar mais um tempo, nem que mais nem fosse para ver a bendita das esculturas gelatinosas.
Ora bem outra vez, AS ESCULTURAS - a desilusão, achava eu que ia ver coisas monumentais tipo construção de gelo mas em gelatina e sai-me isto.



E mais isto...


E mais isto...


And the winner is...



Tenho-vos a dizer que achei que isto de sobremesa é absolutamente GENIAL, é tão arquitecto que até dói, porque não podia ser melhor, é A OBRA. Isto para abanar o capacete é do melhor, com o pormenor de que até luz tinha e o capacete parecia que brilhava no escuro... Fantástico.

Bem perante este cenário, louco no mínimo, para não falar da luta livre numa piscina de gelatina, dirigi-me à pista de dança, umas musiquitas reconhecíveis, o sol que já se punha, eu empoleirada nas minhas plataformas para me verem pois nestes eventos tenho tendência a ser derrubada por não fazer parte do campo visual da maioria dos frequentadores e abano o pé, abanico os braços e quando dou por mim já estou eu a fazer a dança da chuva...

Os meus amigos juntam-se a mim, mais umas musiquitas conhecidas e a pista já se compõe. A mesa das gelatinas define o limite da pista. Alguém por engano, para não dizer estado de alcoolemia derruba uma gelatina, volta a pô-la no lugar, ela volta a cair, até que num gesto impaciente lança-a de volta para a mesa mas vai cair no lado oposto da mesa. Do outro lado, alguém lança de novo a gelatina... Eu observava a cena e previ na minha mente cinematográfica o que relato a seguir. Voou uma gelatina, caiu no chão, passado 1 minuto vouu outra de outro lado, voa mais uma, voa outra e no espaço de segundos tinha virado batalha campal. Divididos pela mesa de gelatinas era ver voar Gherkins, Catedrais, aeroportos de Madrid, até a mesa ficar absolutamente desprovida de armas... Foi a batalha mais emocionante a que assisti e arhmmm, arhmmm, participei...

Sim porque eu que estava num ponto absolutamente estratégico de tiro ao alvo servia de escudo aos meus amigos que tentavam esconder-se atrás de mim, já que não tinha como escapar junto à parede. Depois duns quantos projécteis na minha direcção diz quem me viu que ainda hoje se lembra da cena. Arregaço as mangas, aliás tiro o casaco, procuro o pedaço de gelatina maior, cerro os olhos, sorrio para o rapazola do lado, e PAH! em cheio... na cabeça duma... Aí ninguém mais me parou, até a gelatina se ter desfeito toda e colado ao chão tornando a pista de dança na superfície mais perganhenta em que já alguma vez pisei...

Nisto vem JJ do lado de fora da batalha contar completamente chocado e consternado duma rapariga, coitada, que levou com uma gelatina - devia ter sido a catedral de St Pauls, acrescentei eu - na cabeça... Limitei-me a sorrir, enquanto à minha volta as gargalhadas apontavam na minha direcção... You did it??? No......

Oh, yes, I did it. And I'd do it again...

Confesso que já há algum tempo que não me sabia tão bem fazer das minhas traquinices... E sabem que mais? Quando não se têm expectativas tudo pode virar a melhor festa do Verão. A música, um misto de Swing e Rap ou Hip Hop ao vivo deleitou a crowd e eu só parei de dançar lá para as tantas e só porque as minhas plataformas já não me deixavam mais...

12.7.08

PUERTO NATALES

Chile - Puerto Natales, 24 de Abril de 2008

Há quem diga que a vida é uma viagem ou será que uma viagem pode ser uma vida?
Basicamente o que eu quero dizer é que tal como na vida nem tudo é perfeito e há momentos de frustração, momentos de impaciência, de espera, de dúvida, de felicidade, de revelação...
Perto Natales foi um deles, uma vila no meio do nada, um pueblo que pouco tem para oferecer, um tempo também não muito animador e de repente sentimos que tudo está contra nós. Desse dia nem uma fotografia, só para verem o meu desconsolo, logo eu que sou a maior entusiasta do registo de memórias.

Isto começou logo que chegámos à vila a lindas horas da madrugada. Na maior das ingenuidades quisémos organizar o dia seguinte e correr logo para o Parque Nacional Torres del Paine para aproveitar ao máximo o tempo perdido. Levantaram-nos o sobrolho e perguntaram onde estavam as nossas tendas e todo o material e se iríamos fazer o 'W' ou 3, 5 ou 8 dias? Cantil, saco cama, bússola, tenda, a lista ia crescendo à medida que o rapaz nos enumerava o material necessário para a verdadeira experiência da natureza. Felipão e Té procuravam em mim respostas a todas as estas perguntas, aspirando que eu talvez conseguisse estabelecer o plano de ataque. Lembrei-me da minha amiga escuteira, devia ter-me proposto a acompanhá-la numa das suas expedições, pelo menos agora saberia o que fizer e rendi-me às evidências. Completamente alienada percebi o quanto estou a anos luz da verdadeira aventureira: tenho o ar radical, as botas, as calças caquis cheias de bolsos e o blusão corta-vento mas isto é outra história, já para não falar da falta de dias... Bem, decidimos por um foto safari de carro, só o nome deixa a desejar e quase nos põe na lista da brigada do reumático... Enfim...

Passando à frente, o nosso hostal, algo muito próximo das condições de campismo, um staff prestável e animador e até uns amigos na bagagem nesta terra tão desoladora, no entanto como não se pode agradar a gregos e a troianos acabámos por mudar. E como não há duas sem três tentámos organizar o resto da nossa viagem, aproveitámos este dia de paragem e de descanso para estabelecer os nossos objectivos e delinear a estratégia de ataque. Um ataque de pânico colectivo - não tínhamos viagem de regresso entre o nosso último destino a Buenos Aires, ou seja, ficaríamos presos na Patagónia com os dias contados até ao regresso à vida real. Ao fim de alguma pesquisa lá encontrámos as viagens ao preço de ouro e depois de Té e Felipão reservarem as viagens, tal não é o meu espanto quando fui pôr o meu nome e me aparece FLIGHT NOT AVAILABLE. Isto devia ser uma brincadeira de 1º de Abril, apesar de fora de época, mas quem sabe as coisas aqui no Chile são bem lentas mesmo. Não, não era brincadeira e depois de alguns contactos entre Billy em Buenos Aires, várias agências de viagem, as viagens estavam mesmo esgotadas. Agora só na Argentina, mais perto da data a ver se alguém desisitiria... Até lá, a dúvida...

Não havia nada a fazer se não explorar o pueblo, saímos com René e passámos o dia juntos. Ele contava-nos os planos dele: iria apanhar um barco de Puerto Natales até Puerto Montt entre os glaciares, 4 dias enfiado num barco. De repente abriu os olhos e exclamou: - Oh não, 4 dias num barco!?? E o bebé? Não sei porquê mas quando me disseram hoje de manhã que tinham visto o casal com o bebé do autocarro a passear na cidade algo que me diz que vou passar mais uma viagem com eles. É o destino! E não me levem a mal, eu gosto de bebés, mas 4 dias no mesmo espaço com eles!
Rimo-nos, é verdade que é louvável fazer uma viagem de 17 horas de autocarro com crianças, leva-nos a pensar que realmente se queremos algo muito não há nada que nos impida de o fazer, nem que isso seja uma criança de 2 anos...

René continuou: - I keep on postponing my trip back. I came in November, started learning spanish so I could make it to the south. I was distracted and was deviated to North of Argentina, Chile, Brazil, Uruguay,... By March I still hadn't got to Patagonia, Ushuaia. That was my dream! Patagonia was my dream, I always wanted to go to Patagonia for many years now. I saved money and that was the aim of this trip. I'm happy now, I made it, and to be honest so far all the rest was a bonus!

Senti que me tinham dado uma pancada, o tempo pareceu mais lento e ainda consigo lembrar aquele preciso momento e as palavras, algo parecido a uma revelação. Sei que isto pode parecer cliché, mas de repente temos diante de nós alguém mais novo mas com uma serenidade, uma paz fruto duma vida inteira e que nos lembra algo que estava bem esquecido... Patagonia was my dream... all the rest was a bonus... As palavras ressoavam vezes e vezes sem conta... É isso, ainda não atingi o meu sonho, porque todos nós temos um, não é verdade? E se já estive bem próximo, a verdade é que ainda não consegui lá chegar, mas no entanto tudo o resto até agora... tem sido bónus... Senti naquele momento que tinha ganho a lotaria, finalmente o meu momento de felicidade desse dia.
Uma vida numa viagem ou seria uma viagem numa vida?


P.S.: Dedico este post à minha amiga escuteira porque me lembrei dela. A primeira das comentadoras privilegiadas a ter direito a uma dedicatória. Seguir-se-ão outras, não se preocupem. Quanto aos não comentadores ainda vão a tempo de participar no passatempo (ver post 100).

6.7.08

SEX AND THE CITY

Sei que as aventuras patagónicas estão a ficar para trás, não me esqueci, muito pelo contrário, faço questão de as terminar. Também não é intenção deixar os leitores neste jogo impaciente dos próximos episódios, até porque à parte dumas histórias tipicamente prainha, muitos dos momentos da viagem foram de reflexão, os quais partilharei convosco, portanto não estão a perder grande novela, não se preocupem. Para quem é leitor assíduo sabe que tem de redobrar a paciência principalmente agora que é verão e muitas outras coisas se têm passado nestas últimas semanas.

Bem isto já foi há alguma semanas, não, não se trata do filme, apesar de eu fazer parte das estatísticas dos milhões de espectadoras e espectadores da saga de Carrie e amigas (acreditem, muitos gays e namorados arrastados pelas respectivas na plateia). Também há quem diga que eu pareço a Carrie, talvez pelo cabelo, a estatura e o corpo franzino, há quem fale no 'sense of style' vá-se lá saber o que isto quer dizer, e a minha paixão por sapatos, isso sim é absolutamente Carrie, não pelos designers mas pela quantidade de sapatos que tenho. No outro dia comecei a contá-los a título de curiosidade e já ia em .... até tenho vergonha de dizer... 75 par de sapatos, incluindo havaianas, sabrinas, ténis, cunhas, etc... (shhhhhhhhhhh, não digam a ninguém e não os tenho cá todos)... Também me falta o Mr. Big portanto definitivamente qualquer semelhança é apenas pura coincidência...

Mas voltando à história, arranjei um convite para ir a um desfile de moda pela semana da Joalharia em Londres e acabei por arrastar mais 2 amigas, vulgo 'Charlotte' e 'Miranda', para o desfile dos Runaway Rocks da Swarovski. 'RSVP' e passados 5 minutos, estavam-me a ligar a dizer que iam deixar o meu nome à porta e mais 2 convidadas, numa de me fazer sentir importante (isto no círculo da moda, é a primeira regra: fazer as mulheres sentirem-se especiais, aprendam, isto funciona a outros níveis também).

Sendo o desfile a meio da semana, combinámos encontrarmo-nos em minha casa: em 20 minutos, tempo record na história do mundo feminino transformámos as 3 gatas borralheiras em cinderelas, com direito a sapato e tudo, não o de cristal, porém... e tal e qual Cinderelas, achámos que também teríamos direito não à abóbora, vulgo metro, mas ao coche e chamámos um táxi...

Teria sido uma viagem normal de táxi se tivéssemos ficado caladas, mas com 3 Cinderelas foi absolutamente impossível. Charlotte deu início à conversa contando que tinha um novo 'príncipe': não o encantado, mas alguém que a tratava que nem uma princesa. Acrescentou ainda que dado o evento de Joalharia tinha visto num folheto das exposições O anel da vida dela. Ela perante aquele anel diria SIM a qualquer proposta... Tão entusiasmada estava, que tive de intervir que ainda só tinham passado 2 semanas e que seria um pouco cedo para encostar já o rapaz. Charlotte riu-se...

Era história de família, mas os pais fartavam-se de contar como se tinham conhecido e que como em poucas semanas tinham decidido casar-se, portanto ela achava que poderia ser genético, e que eles não se cansavam de repetir a história / comédia romântica, ao ponto quase de a enjoar... Miranda riu-se e repostou que pelo menos não era como a avó dela que lhe dizia: - Your grandfather, oh, he was a tiger in bed!!! Nisto o taxista não aguentou e esboçou um sorriso, um grande sorriso! Miranda continuou: - Are you laughing? You can laugh, I bet not often you have 3 gorgeous women in your taxi. And you are probably wondering and feeling that you are in an episode of SEX and THE CITY!
Gargalhada geral e tínhamos chegado ao destino...

Uma casa de leilões, do mais alto nível, convertido em espaço de moda. À entrada os papparazzi, a passadeira vermelha e cristais no chão... sentimo-nos um pouco estrelas de cinema, tenho de confessar e subimos as escadas...
Um espaço infindável, a música da moda, as mulheres vindas directamente dos catálogos e da VOGUE, e os poucos homens que as acompanhavam, limitavam-se a compôr o cenário... Umas quantas personagens excêntricas para entreter a festa, umas quantas entradas estranhas, onde é que já se viu servir martini de pepino ou aipo enrolado numa mistela irreconhecível...

Mas tal e qual Carrie não me senti intimidada pelo excesso de glamour, limitei-me a atravessar em direcção à passerela, porque no fundo de contas "Every once in a while, a girl has to indulge herself."