20.6.09

THE ISLAND

Se por um lado a minha vida social se intensificava, por outro o corpo pedia-me realmente descanso e para eu parar. Eu cedi, desisti de lutar e deixei-me de levar. Tinha decidido conscientemente que ia relaxar e não fazer nada, coisa que provavelmente muitos de nós sofrem: o não saber fazer nada... Eu assumo-me como exemplo supra-sumo disso, fico inquieta, até chego a pensar que sou realmente hiperactiva mas que nunca ninguém descobriu... Enfim, finalmente ia ter férias, pelo menos uns dias que fossem, para o meu corpo recuperar.

Eu até me considero uma pessoa saudável, mas a intensidade física e emocional dos últimos dias, a virose londrina, o intenso calor faziam-me sentir como uma uma pessoa debilitada. Como diria o António Variações, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga.

Descobri que estava desidratada e a situação era tão 'grave' que andei a tomar sais para ver se recuperava as forças, já não contando os litros de água que bebia. Isto para não falar dos comprimidos anti-malária, dos da gripe, vitaminas, os da pressão, ao ponto da Tina me chamar Miss Pharmacy. Logo eu que detesto comprimidos e nunca os tomo. Descobri também que para mal dos meus pecados o meu corpo virou britânico, completamente alheio a calores tropicais, e dei por mim tipo crocodilo de boca aberta para perder o calor...
Tudo isto para explicar que foi com bons olhos que aceitei a sugestão de Denisse para irmos a uma das ilhas junto a KK: finalmente praia e descanso. Delphine também nos acompanhou.
KK tem um parque natural de ilhas a 10 minutos do porto. Apanhámos o barco e desembarcámos na ilha. Não só o meu corpo virou britânico como a minha mente também já se debilitou, isto para dizer, que tinha-me esquecido o que é uma ilha (ironicamente também eu vivo numa ilha)...
É verdade que já tínha visto milhares de fotos das ilhas malaias, em tudo muito semelhante às imagens que temos das Maldivas, as palafitas em cima da água, a água azul turquesa e um mundo sub-aquático de cair para o lado. A ilha de SAPI tinha quase tudo tirando as palafitas e a intensa extensão de praia e não fosse a visão citadina de KK e mais parecia a ilha do LOST, a uma escala mais familiar digamos.
Não quero dizer com isto que me senti desiludida, muito pelo contrário, achei que para quem está habituada à costa da caparica isto é sem dúvida uma visão tropical. Atrás da praia, vegetação que se densificava pela colina acima. E verdade seja dita, tirando o pequeno 'restaurante' e algumas comodidades modernas, a ilha revelava-se bastante fidedigna ao que os descobridores terão encontrado 500 anos atrás...
Tive o meu primeiro encontro com os primeiros habitantes da ilha, uns lagartos gigantes - Monitor Lizards - que mais pareciam uns mini-dinossauros, que de tão habituados aos humanos, os seguiam em busca de comida, imaginem isto no meio duma excursão de chineses, e era tudo aos pulinhos e aos gritinhos...
Quer dizer eu talvez tivesse feito o mesmo, mas pelo menos de próximo só mesmo o zoom da minha máquina. Ah, e finalmente DESCOBRI, descobri o que não nos deixou dormir na bela ilha de PHU QUOC, no Vietname. Miss Saigão bem me falava duma espécie de lagarto e felizmente para ela, estava completamente a milhas do que poderia ser tal bicho, porque se não, nem sei o que teria acontecido...
Não só bastava este encontro do terceiro grau com a fauna local como a experiência ainda virou mais interessante com a chegada dum javali selvagem. O javali atraído pela comida da cozinha ao ar livre desceu a colina e também veio em busca de melhor sorte. Eu parecia uma miúda a ver um programa do National Geographic sobre o comportamento animal pela sobrevivência.
O javali, uma cria, mais parecido com o PUMBAA do Rei Leão, assim meio pelado, e como diria o próprio: - They call me Mr. Pig! - fuçangava junto aos lagartos. Os Srs. Lagartos, não muito contentes com a invasão, chicoteavam a cauda no pobre. Meio desorientado tentou a sorte com uma mochila dum turista, quando démos por ele, já ele tentava arrastar o saco, vitorioso, colina acima. Isto deu entretenimento para umas largas horas... Quem disse que a natureza era meio chata?
Mas o meu encontro com a fauna local não se limitava ao mundo terrestre, também arrisquei no mundo aquático, desta vez com a cabeça fora de água, porém. Vi peixinhos agulha, azuis turquesa, peixes palhaço, corais, caranguejos, ouriços, a lista é interminável. Aventurei-me no snorkeling e fui atacada por um cardume de peixes atraídos pelas minhas unhas vermelhas. Isto porque o massagista tinha insistido em me oferecer 2 sample nails no dia anterior. Ora aqui eu pergunto, o que é que eu faço com duas unhas pintadas num pé? Pedi para pintar o resto, resultado, isco de peixinhos.
Não há muito para contar, porque uma ilha é uma ilha, uma porção de terra rodeada de água. Nos 3 dias que se seguiram experimentei outras ilhas, umas mais variadas que outras mas não tão animadas como a de SAPI principalmente no que diz respeito à fauna. Mas a pedido de muitas famílias deixo as imagens falar por si...
Comecei finalmente a sentir-me uma verdadeira aventureira e para comprovar 'tatuadas' no meu corpo as mazelas das aventuras: os ombros a pelar, fruto de horas de caminhada pela cidade; nódoas negras nos braços de segurar na mochila; os joelhos esfolados dos corais; as pernas arranhadas pelos peixes... isto a adicionar ao meu 'estado físico debilitado' e tinham feito de mim uma verdadeira Lara Croft. Quer dizer verdadeira, verdadeira, só com o físico da Angelina Jolie mas a julgar pelo olhar raio X dum atraente canadiano aquando saía da água e quase me senti promovida de Lara a Honey Ryder. Aqui só me faltava mesmo o James Bond...




As ilhas e os locais









1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Paulinhaaaaa... mais mais!!! e depois?

Pois e! os lagartos sao mesmo estes :S... menos mal que nos ficamos pela companhia dos primos mais pequenos!
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07:08  

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