MARIA VAI COM AS OUTRAS...
Quando vivemos numa cidade como Londres habituamo-nos a que os nossos dias sejam programados quase até ao minuto. A espontaneidade dá lugar à estrutura e planeamento e não fosse o tempo a cancelar piqueniques julgo que a esta altura já teria a minha agenda definida até ao final do verão.
Isto para explicar que já não bastava isto como a inexperiência destas andanças de viajar sozinha para me exigir um certo planeamento e uma estrutura também, portanto quando o meu primeiro plano foi abortado senti-me um pouco desorientada.
Aqui deparei-me com 2 hipóteses: ou me deixava marear num barco sem norte ou subia ao mastro em busca de terra…
Abri o guia e li sobre um parque natural situado a poucas horas de Kota Kinabalu (KK), uma das montanhas mais altas do sudeste asiático chamada Kinabalu, por sinal tinha dado o nome à cidade onde me situava. Resolvi perguntar na recepção como ia para lá, após uma breve explicação que me garantia que a partir das 4hr não tinha como voltar de transportes, passei por um momento de indecisão.
Neste momento entravam umas raparigas na recepção a quem resolvi perguntar se já tinham ido ao parque e se o recomendavam. Denisse, peruana, mas a viver na Costa Rica, e que por sua vez a trabalhar há 1 ano nas Filipinas, estava em KK por um fim-de-semana. Tina encontrava-se num prolongado stop over entre Nova-Zelândia e Londres e mais tarde seria companheira de outras aventuras. Tinha feito as minhas primeiras amigas de viagem.
Quando dei por mim tinha estabelecido um plano de acção e já tinha o resto dos meus dias organizados. Passámos o dia em KK como se nos conhecessemos há anos. Nesse dia decidi para comigo que ia deixar o meu barco ao sabor do vento, e finalmente relaxei... Confesso, que a massagem de pés e uma água de côco ao pôr-do-sol também ajudaram.
Este era o primeiro passo para a vida social intensa que vivi nos dias seguintes. A partir daí julgo que me tornei como se diria em bem português uma Maria vai com as outras. Falava com tudo e com todos, cheguei quase a ir jantar 2 vezes para acompanhar diferentes grupos de quem me tornei mascote.
Conheci Delphine, uma franco-vietnamita, 40 anos, 5 meses de viagem dos quais 1 mês como tripulação dum veleiro e outros 6 meses ainda em perspectiva. Yilmaz, um turco alemão, com quem senti empatia no primeiro minuto em que falámos e Heidi, com quem viajava, os únicos arquitectos que conheci em todo o Sabbah. Fizémos incursões ao mercado e deleitámo-nos com peixe grelhado e lulas no espeto. Yilmaz que não gostava de peixe rendeu-se completamente.
Nos 3 dias seguintes em que decidi ficar-me por KK tornei-me praticamente da casa, no ‘hostel’ onde fiquei. Betty, a gerente, chegou a arrastar-me para o mercado porque insistia que tinha que tinha de provar uma variedade de banana, a qual iria preparar e cozer para o pequeno-almoço. Nem me deu oportunidade de recusar: - You come with me. At least you'll learn something!!!
À conta das bananas quase pegou fogo à casa porque quis aquecer as bananas no micro-ondas em papel de prata. Ainda vi as chamas e só tive tempo de parar o aparelho. Com este episódio conheci Olivier, das Maurícias e Khalid e Mehdi, marroquinos. Espalhados pelo mundo entre o Canadá, Londres e Paris viajavam também apenas por umas semanas. Por sua vez através deles num jantar super internacional conheci Charlote, a holandesa que arranjava carros antigos, Claire, a bióloga marinha da Austrália e Jackie, uma inglesa que tinha desistido da companheira de viagem e arriscado a solo também. Entre inglês e francês, acabámos num restaurante italiano. 10 pessoas, 4 continentes, mas um jantar memorável...
Pôr-do-sol em KK
Peixe e não peixe
Old friends...
Isto para explicar que já não bastava isto como a inexperiência destas andanças de viajar sozinha para me exigir um certo planeamento e uma estrutura também, portanto quando o meu primeiro plano foi abortado senti-me um pouco desorientada.
Aqui deparei-me com 2 hipóteses: ou me deixava marear num barco sem norte ou subia ao mastro em busca de terra…
Abri o guia e li sobre um parque natural situado a poucas horas de Kota Kinabalu (KK), uma das montanhas mais altas do sudeste asiático chamada Kinabalu, por sinal tinha dado o nome à cidade onde me situava. Resolvi perguntar na recepção como ia para lá, após uma breve explicação que me garantia que a partir das 4hr não tinha como voltar de transportes, passei por um momento de indecisão.
Neste momento entravam umas raparigas na recepção a quem resolvi perguntar se já tinham ido ao parque e se o recomendavam. Denisse, peruana, mas a viver na Costa Rica, e que por sua vez a trabalhar há 1 ano nas Filipinas, estava em KK por um fim-de-semana. Tina encontrava-se num prolongado stop over entre Nova-Zelândia e Londres e mais tarde seria companheira de outras aventuras. Tinha feito as minhas primeiras amigas de viagem.
Quando dei por mim tinha estabelecido um plano de acção e já tinha o resto dos meus dias organizados. Passámos o dia em KK como se nos conhecessemos há anos. Nesse dia decidi para comigo que ia deixar o meu barco ao sabor do vento, e finalmente relaxei... Confesso, que a massagem de pés e uma água de côco ao pôr-do-sol também ajudaram.
Este era o primeiro passo para a vida social intensa que vivi nos dias seguintes. A partir daí julgo que me tornei como se diria em bem português uma Maria vai com as outras. Falava com tudo e com todos, cheguei quase a ir jantar 2 vezes para acompanhar diferentes grupos de quem me tornei mascote.
Conheci Delphine, uma franco-vietnamita, 40 anos, 5 meses de viagem dos quais 1 mês como tripulação dum veleiro e outros 6 meses ainda em perspectiva. Yilmaz, um turco alemão, com quem senti empatia no primeiro minuto em que falámos e Heidi, com quem viajava, os únicos arquitectos que conheci em todo o Sabbah. Fizémos incursões ao mercado e deleitámo-nos com peixe grelhado e lulas no espeto. Yilmaz que não gostava de peixe rendeu-se completamente.
Nos 3 dias seguintes em que decidi ficar-me por KK tornei-me praticamente da casa, no ‘hostel’ onde fiquei. Betty, a gerente, chegou a arrastar-me para o mercado porque insistia que tinha que tinha de provar uma variedade de banana, a qual iria preparar e cozer para o pequeno-almoço. Nem me deu oportunidade de recusar: - You come with me. At least you'll learn something!!!
À conta das bananas quase pegou fogo à casa porque quis aquecer as bananas no micro-ondas em papel de prata. Ainda vi as chamas e só tive tempo de parar o aparelho. Com este episódio conheci Olivier, das Maurícias e Khalid e Mehdi, marroquinos. Espalhados pelo mundo entre o Canadá, Londres e Paris viajavam também apenas por umas semanas. Por sua vez através deles num jantar super internacional conheci Charlote, a holandesa que arranjava carros antigos, Claire, a bióloga marinha da Austrália e Jackie, uma inglesa que tinha desistido da companheira de viagem e arriscado a solo também. Entre inglês e francês, acabámos num restaurante italiano. 10 pessoas, 4 continentes, mas um jantar memorável...
Pôr-do-sol em KK
Peixe e não peixe
Old friends...
2 Comments:
como te compreendo... na vida organizada e planeada e nos caminhos da viagem a solo... mas vale tanto a pena, não é? percebermos a multiplicidade que nos rodeia! bjinhos e saudades
Uau!
Estou boquiaberta com a tua coragem.
Brave Girl!
Beijinhos
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