28.10.10

AFTER SUMMER, AUTUMN...



Escrevia agora o título deste post e lembrei-me dum filme que vi o ano passado nos últimos dias antes de voltar a Portugal. É daqueles filmes que não me importo de rever vezes sem conta, pela simplicidade da história, pela banda sonora, mas talvez mesmo porque me lembro de Londres...
Mas para quem não conhece (500) Days of Summer (peço desculpa, mas não sei fazer aqueles links do youtube) é daqueles filmes independentes tipo Juno, talvez até mais superficial, mas que no fundo lá nos consegue tirar umas quantas risadas ao acompanharmos as (des)aventuras amorosas do Tom, arquitecto / copy que não sabe o que fazer da vida a não ser querer lutar pelo seu amor (de) Verão. Isto para concluir que depois desta relação conturbada, lá mesmo no final, chega Outono... Outono com um laivo de esperança...
Infelizmente a minha relação com Outono tem tudo menos esperança. Outono é daquelas alturas do ano em que fico hiper sensível às mudanças climatéricas, se faz sol de outono, fico nostálgica, se faz chuva fico deprimida, se faz frio, só quero hibernar, e se faz calor suspiro de novo pelo Verão...
Há quem diga que o Outono associado ao novo ano escolar é um começo para muita gente, é um momento de esperança, lá está, o Tom tem razão, mas para mim, passada a euforia da primeira semana de rever os amigos, caía de novo na rotina e em todo um estado de espírito de reclusão. Depois caíam as folhas, cenário nostálgico e melancólico, dos mais bonitos e coloridos da natureza, mas dos mais 'negros' que possa ter passado. E depois há aquela sensação que a partir de agora é sempre a piorar, os dias começam a minguar, o frio começa a bater à porta, a chuva a encher, e os dias cinzentos e nuvens negras a pairarem sobre nós. E aspiramos a um novo ano, a um novo começo, mas que só virá lá mais para o início do ano... 2 meses disto...
Eu sei... A mãe natureza é sábia, porque depois vem o Inverno, e no fundo todo este processo de transição do Outono serviu-nos para nos mentalizarmos disso... E depois batendo no fundo do Inverno, sabemos que cada dia a partir dali é sempre a melhorar, um pouco mais calor, um pouco menos chuva, até cairmos nas graças da Primavera...
Olhem não sei, isto hoje deu-me para isto... Quem sabe, volto a repetir o filme já que vou iniciar os meus 120 Days to Spring...

26.10.10

LAST DAYS OF SUMMER

Começo a achar que não sou propriamente uma grande blogueira, aliás acho, não, tenho a certeza… Não que tenham perdido nada nestes últimos meses, nada pelo menos que eu achasse digno de ser registado em formato blog.

Foram dois longos meses de inércia e letargia, dois meses em que me tornei preguiça de estimação ou koala ou qualquer bicho desses que passa o tempo a passar tempo. Dois meses em que para afastar o tédio me arrastava até à praia, pelo menos para me regozijar com a inveja alheia de quem me cobiçava o tom dourado de pele. Sem dúvida que vitamina D terá sido o meu melhor investimento de Verão, isso e gozar as noites quentes que o aquecimento global nos presenteou esta estação. Mais coisas? Houve mais coisas… sim, acho que sim…

Festivais de Verão. Música e pó. Ela foi Super Rock Super Bock e afins, iniciei-me nas greens, isto é como quem diz, para quem não gosta de cerveja, num festival patrocinado por uma cerveja não tem muita opção, mas faz parte do espírito. Dancei que nem uma maluca e berrei como um vampiro. Daqui também veio o inesquecível comentário a propósito do meu número musical / (barra) bailarico… Um furado, daqueles cheios de tatus e piercings, olha para mim e não resiste: - Queimadinha, toda queimadinha! Juro que por um momento ainda pensei que o senhor se referia à minha cor, mas dadas as altas horas da noite e a música de fundo de Leftfield, acabei por me resignar a este mote… Queimadinha, pois está muito bem, senhor, e nem imagina o quanto, havia de ver a marca do biquíni, isso é que é ser queimadinha… Houve também o Sudoeste, o mítico Sudoeste, em que vi uma banda achando que estava a ver outra, mas estes episódios só comigo mesmo, e aí sim, aí é que eu ia ficando toda queimadinha, com tanto ambientador circundante. Pó até às orelhas…

E depois houve gelados, de vários sabores e feitios, daqueles gelados que se fazem fila e pensamos na quantidade de sabores que queremos experimentar… E praias diferentes, tivesse Portugal muitos oceanos e mares e quase me arriscaria a dizer que passei por muitos deles… Areia fina, areia grossa, amarela, branca, fina, ondas calmas, fortes, sem ondas, piscina… água de todas as cores e maneiras… banhos, muitos banhos, nunca tinha eu tomado tanto banho na minha vida…

Ah, e houve montanha também, com lagoas, caminhadas, serra e canoagem… Houve também amigos, daqui, de lá, de outros sítios; houve amores e desamores, convites, casamentos e aniversários… Houve festas, noites quentes e muitas risadas…

No fundo, sim, houve um pouco de tudo, mais coisa, menos coisa… Dizem que para o ano há mais… Para o ano há mais… Dizem que sim… Mas em tempos de crise, sabe-se lá, se não nos tiram também o Verão… O Outono… agora mergulhamos no Outono… e depois logo se vê… Mas por agora… fico a gozar os últimos dias de Verão...