17.10.07

017 LOST IN TRANSLATION



Lost in translation acho que é o título perfeito para este final de viagem.
17 dias de viagem, sem contar outros que foram passados em Lisboa, Porto, entre família, festas natalícias. Fazendo bem as contas foram mais de 3 semanas de férias, 12 vôos em 25 dias de viagem. Os ecologistas que não me ouçam...
E chegando ao fim, depois de tantos meses de mentalização e preparação, a sensação que tive foi dum vazio, duma pancada no estômago em que não sabemos donde viémos nem para onde vamos. O desejo de pararmos o tempo e de evitar a realidade, o embate absoluto com a verdade que não queremos enfrentar.
- Estás triste! - disse-me ele. Respondi com um sorriso amarelo que não, cansaço apenas. Jet lag, muitas viagens, muitas emoções, necessidade de férias das férias.
Tinha razão, a melancolia invadiu-me e não consegui lutar. Apesar das caras familiares no aeroporto, senti-me perdida e confusa. Perdida em mim, perdida em tradução dos meus pensamentos, de culturas, da minha alma de viajante, de descobridora que me faz fazer as malas vezes sem conta.
A questão colocou-se: depois deste mês 'fora do mundo' quanto é que me custará voltar à minha rotina? Rotina onde a secretária e computador passarão a substituir a procura dos melhores restaurantes e pensões para passarmos a noite; onde frio dará lugar ao calor, onde mercados de rua, cheiros e cores darão lugar ao frenesim do mercado de Notting Hill e muitas mais coisas...
Quantos meses mais conseguirei eu aguentar parada no meu canto, estabelecida?
Parar é morrer, soa-me a mote familiar. E o resto são histórias...




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