16.10.07

016 THE GREAT WALL










Viagem a Pequim e não ir à Muralha da China é como ir a Lisboa e não comer Pastéis de Belém. Equipadas como se fôssemos para o Pólo Norte rumámos aos pastéis, perdoem-me, à muralha. Para quem chega ao sopé da muralha, quase não dá por ela, apenas pelas barraquinhas para os turistas e as poucas tabuletas em alfabeto latim que denotavam alguma parecença e familiaridade com o inglês. Sim, porque turistas, nem vê-los, quinta-feira, 11 de Janeiro, já fora da época de férias e com -5º C dá que pensar!?!
Instaladas no teleférico démos início à subida da Grande Muralha. O silêncio reinava quando chegámos ao topo e sentimo-nos as únicas sobreviventes nesta conquista. É realmente uma visão majestosa e a paz e serenidade da paisagem envolve-nos na misticidade da cultura oriental. Mais de 2000 anos de História e 6 400 kms de comprimento são mais do que suficientes para nos reduzir à nossa insignificância como meros mortais.
Torna-se difícil exprimir o estado de silêncio e respeito que se sente.
O tempo esteve a nosso favor e contribuiu para todo este cenário digno de imagens da National Geographic. O céu azul reflectia-se nas pedras do chão que ainda estavam molhadas da neve derretida. O sol acentuava os reflexos e as sombras críspidas criavam contrastes fortes onde cores e tonalidades se fundiam num todo. Um vendedor no topo da muralha dormia enroscado para se tentar aquecer ficando para sempre na minha memória como imagem de postal.
Percorremos ainda umas valentes centenas de metros, para não dizer quilómetros, e resolvemos dar por terminada a expedição. Desta vez optámos por descer da forma mais rápida possível neste ponto turístico - tobbogan.
Depois da descida alucinante, resolvemos ir à zona 'arty' de Pequim onde os artistas teimaram em instalar-se em ruínas de fábricas e armazéns. Deambulámos pelas várias ruelas, galerias e exposições e acabámos numa casa de chá, onde o dono canadiano conseguiu reconhecer a nossa língua devido a 2 anos de telenovela brasileira enquanto estabelecido em Cuba. Como veio parar a China não conseguimos descobrir. Cada um tem a sua história ou novela...
Mais um manjar dos deuses e assim terminaria a nossa estadia em Pequim - 25 kgs para empacotar fora outros 20 para carregar às costas.
Memórias, recordações, tralha, quinquilharia, nao dá para descrever, ou daria mas significaria entediar o leitor com listas infindáveis de compras e aquisições...

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