31.1.08

2008







31 dias depois e 2008 parece que já perdeu o cheiro a novo. O Natal está lá longe e o fim-de-ano nem se fala.
O balanço foi feito e precisava deste periodo de recuperação do meu estado de exaustão ao qual cheguei no final de 2007. Depois duma temporada natalícia em que os vírus teimaram em seguir-me até Lisboa, aliás até ao vale do vinho do Porto, mas que só me deixaram ou fizeram-me sentir um pouco melhor já no dia do pacote. Como podem calcular do Natal guardo poucas memórias; entre um olho que fechava e o outro que abria, o crepitar na lareira embalava-me e só me restaram forças para me arrastar até à mesa para cumprimentar o tão afamado peixe desta altura, o polvo, a hortaliça, para não falar do cabrito, do recheio e do leitão no dia seguinte, fora os milhares de doces e rabanadas.
Em compensação São Pedro resolveu presentear-me com um tempo de Verão em pleno mês de Dezembro e deleitou os meus convidados estrangeiros vindos de toda a Europa para um réveillon lisboeta.
Tenho a dizer que o sol muda tudo e já mais recomposta tive forças para fazer de guia turística e entre inglês e português puxei da memória todas as curiosidades conhecidas sobre tão grande cidade (e aqui entre nós, o que não se sabe inventa-se). Percorremos a lista do imperdível dos alfacinhas em 4 dias. Fomos ao castelo e deambulámos pelas ruas de Alfama, atravessámos a baixa em conquistas pelo BA. Pastéis de Belém no topo do Cristo-Rei e um pôr-de-sol no mar, onde rosas e laranjas banhavam a cidade numa luz estival, sem dúvida uma imagem que guardarei durante algum tempo. Quinta da Regaleira onde embrenhados nos túneis descobrimos a luz em direccão ao poço da iniciação e percebemos que estávamos completamente submersos num outro mundo extremamente simbólico e fascinante.
A gastronomia e a doçaria também não faltaram e cafézinhos, tascas e bares também foram aprovados... Mais um pôr-do-sol no deck do hotel farol junto ao Guincho onde ainda nos deixámos ficar por mais 2 horas tal era a ausência de vento e as temperaturas amenas que se faziam sentir.
Quanto ao réveillon propriamente dito se 2007 começou bem, 2008 não ficou atras. Improvisação reinou e até o jantar foi inventado na hora, um grupo misto de pessoas que se conheciam que não se conheciam, a imaginária vista para a cidade, dado o nevoeiro, os amigos, a boa disposição, a energia. Este ano houve passas, champanhe, pé coxinho, faltou a roupa interior azul mas este ano fui de brilhinhos para entrar que nem estrela no novo ano. Dança até às tantas onde um grupo de 10 pessoas mais pareciam 20 aos pulos, tal era a energia. E onde terminou com uma sessão fotográfica lá para as 6 da manhã. Bizarro o que algumas pessoas se lembram de fazer pela madrugada...
Se São Pedro me presenteou com o bom tempo, também rapidamente mudou de ideias e resolveu mandar-me de volta logo no dia 1...
Acabava aqui a minha estadia lusa.
Quanto ao balanço em si acho que 2007 foi um ano mais difícil do que o habitual mas inesquecível. O balanço é positivo apesar das circunstâncias de mudança, aventuras, uma perfeita montanha-russa. Hoje se calhar reconheço que talvez os meus primeiros 12 dias do ano 2007 ditaram muitos dos acontecimentos do que veio a seguir, mas se isto é verdade tenho a revelar aos meus leitores que infelizmente para este ano esperam-se tempos de calmaria, aliás calmaria que me faz ficar com nervoso miudinho… até ver...
o furacão voltou...