1.4.09

DIA DAS MENTIRAS

Por ocasião do dia das Mentiras tenho a comunicar que dá-se por encerrado o passatempo PRAINHA, sem nenhum vencedor. Para os leitores mais tímidos que não aproveitaram a oportunidade de se pronunciar sobre o veredicto tenho-vos a dizer que acabaram de perder um belo par de chinelos de prai(nh)a, cor e tamanho à escolha.
Isto é com muita pena minha, porque há já uns tempos que não me divertia assim com mentiras de malandrice e antes que me esqueça dedico este post à Billy que me proporcionou estas horas de gozo... Posto isto, não sei muito bem o que vem a seguir, pela tradição parece que teria de propôr o desafio a alguém, mas como não me apetece escolher sintam-se desafiados e façam. É giro.
Eu A-Mei.

1 - Quando era pequena resolvi fugir de casa, quando me encontraram já estava eu a vários quarteirões de casa.

É um clássico, mas não... MENTIRA. Nunca fugi de casa, desconfio que por ser uma pessoa que normalmente faz o que diz, pus-me a pensar na quantidade de bonecada e trapinhos que não poderia deixar ficar e acho que desisti tal era o número de malas e malinhas de tralha. O mesmo já não posso dizer do meu irmão, que nas nossas peleias de cão e gato, terminávamos sermpre em grandes cenas e dramas porque ele resolvia fugir de casa. Eu chorava, implorava, porque claro, isto quem se lixa é sempre o mais velho, até ao dia em que me fartei. Veio a ameaça e eu prontifiquei-me a fazer as malas dele e a tomar conta do quarto dele com a minha bonecada... Nunca mais...


2 - Já tive muitas profissões profissões umas mais permanentes que outras, isto já para não falar das actividades voluntárias, mas o meu primeiro ordenado foi-me dado como modelo.

VERDADE. Para que se esclareça não me referia à modelo para uma marca de salsichas, em que num fechar de olhos de menina de provas virei porco mascote. Provavelmente das experiências mais traumatizantes da minha vida, em que na hora e meia de almoço duma feira alimentar na FIL, passeei-me dentro dum fato de porco. Só me lembro que a esponja da cabeça me coçava o pescoço e eu sentia-me em plena sauna. Escusado será dizer que toda a gente tirou fotos com o porco aqui e, desconfio que ainda hoje figure dos catálogos da empresa.

Mas voltando à história, também não foi um modelo qualquer, se já estão a imaginar-me em plena passarela, aqui a altura e julgo que tudo o resto só em passarela de criança mesmo e mesmo assim... Como não sou muito convencional mesmo, confesso-vos que já fui musa inspiradora dum escultor. Lembro-me perfeitamente que os meus pais foram conhecer o senhor, não fosse o diabo tecê-las e durante 2 ou 3 sessões posei como bailarina para uma série de 'dancers' encomendadas por uma galeria de arte parisiense. Nunca vi as esculturas de bronze infelizmente, uma vez que me estava uma prometida, mas o senhor estava de mudanças de regresso a Paris, onde vivia com a família num barco no Sena.


3 - Já pilotei um avião.

VERDADE. Desconfio que numa outra vida terei sido pássaro porque o fascínio que eu tenho com o mundo dos aviões e a quantidade de brincos de penas que tenho só pode ser justificado com isto. Mas, voltando à história, em Barcelona juntam-se as personagens mais incríveis portanto não é de espantar que do meu círculo de amigos houvesse um japonês que coleccionava e consertava carros de colecção e porventura nos tempos livres tirava o brevet.

Por ocasião do seu aniversário, entrada na trigésima ou quadragésima década presumo eu, resolveu comemorá-lo com um almoço na costa brava, em pleno Cap de Creus, isto é, a 2 hrs de Barcelona. Eu já me tinha contentado com o mini com a bandeira do Reino Unido no capot, mesmo carro com o qual o Mr. Bean calcorreou as ruas de BCN aquando do lançamento do seu filme, mas para Kentaro, isto seria oportunidade para mais umas horas de vôo. Quando dou por mim estava a caminho do bendito almoço numa avioneta a sobrevoar a costa brava. Entre a descolagem e a aterragem, entre 3 que o acompanhávamos levámos o aviãozinho. A sensação é indescritível e ainda hoje sonho em voltar a repetir a proeza...



4 - Na Bélgica confundiram-me com uma estrela de televisão. Conclusão, conseguimos entrar todos na discoteca com o meu passe VIP.

MENTIRA. Não que fizesse muita questão em entrar numa discoteca belga, mas nunca me confundiram com nenhuma celebridade para bem ou mal dos meus pecados. Aliás tenho a acrescentar que talvez a única vez que estive mais próximo desse momento foi quando me perguntaram se eu era filha do António Feio. Limitei-me a esboçar um sorriso amarelo e responder: - O que é que queres dizer com isso?


5 - Na cidade da maçã, senti-me como se estivesse num filme, e como não poderia deixar de ser fui convidada para fazer parte dum teledisco.

VERDADE. Estava eu em pleno MEAT PACK district em Nova Iorque num dos muitos roteiros arquitectónicos. Máquina fotográfica a tiracolo, a minha grande angular para tirar A fotografia ao edifício dum conceituado starchitect, quando um tipo com ar de segurança se aproxima de mim. Eu no meu entusiasmo realmente nem tinha dado conta do aparato de produção e da limousine com vidros fumados junto à entrada do edifício. Ele olhou para mim, eu ainda tentei esconder a máquina, mas jã não fui a tempo...
- So, are you a papparazi? Perguntou-me ele... No, no, just an architect. I'm taking pictures to the building, that's it, but I'm leaving. Sorry for that. - apressei-me eu.
Ele esboçou um sorriso e acrescentou: - It's ok. I was just asking because we are doing a music video and seeing you taking pictures made us realise that maybe we should have some paparazzi. The concept is about this famous person that comes out of the building and enters the car. So would you be interested in being the papparazzi? Juro-vos que neste momento achei que ele estava a gozar comigo, mas tive de recusar pois já era o meu último dia de NY e eu ainda tinha o resto do roteiro para fazer. Além disso, o couple of hours, dado o estado calmo do set, pareceu-me que seriam dias, portanto nem uma coisa nem outra... Confesso que já não me lembro o nome do artista, mas ninguém assim muito famoso presumo eu, acho que um rapper ou hip hop. Hoje se calhar arrependo-me, pois isto não é todos os dias que turista em NY tem direito a fazer parte do cenário, mas pelo menos já deu para um post no meu blog...


6 - Ainda por estrelas de cinema, esbarrei no Orlando Bloom e cumprimentei-o achando que era um antigo colega de faculdade.

VERDADE. Confesso que estes últimos anos tenho notado que tenho uma certa tendência para esbarrar em figuras públicas, não sei se é porque ando mais distraída, se sou transparente. Ainda no outro dia em Paris quase tropecei na Bárbara Guimarães e embaixador e podia continuar a minha lista numa vertente internacional que já abrangeu desde o Mr. Big a correr em Central Park, a Gwen Stefani em Londres aos irmãos Fiennes no cinema, entre outros. No entanto tenho-vos a dizer que o meu encontro favorito foi sem dúvida o Orlando Bloom. Estava eu em Heathrow num dos meus muitos regressos de emigrante à pátria quando para passar tempo resolvo ir ver duma revista. Não que fosse propriamente cedo mas o aeroporto estava estranhamente tranquilo. Dirigi-me à secção das revistas, quando de repente um rapaz à minha frente dá meia volta e esbarra comigo. Os nossos olhos cruzam-se, ele estava ao telemóvel portanto esboça assim um sorriso meio tímido como que a pedir desculpa. Eu retribuo o sorriso de volta, na verdade a cara era-me muito familiar e comecei a rever na mente de onde o conhecia. Provavelmente da faculdade pois na altura também não saía muito do campus, portanto definitivamente da faculdade, até o estava a ver na sala de computadores, o rapaz giro que se costuma sentar no canto. Sai-me um: Oh, hi! How are you? e continuo para ir buscar a VOGUE. Nisto o meu pequeno cérebro sinapsa e faz-se luz. Portanto de colega de faculdade passei a stalker, escondi-me atrás da VOGUE e tal e qual cena de comédia andei a seguir o moço na loja inteira... até à namorada da altura... a petite Kate Bosworth, que mesmo com saltos dava-me pelo ombro...

7 - Para quem se lembra dos tempos do Mundial, fui apanhada na discoteca como menor de idade e tive de convencer as autoridades a não chamar os meus pais.

MENTIRA. Ora aí está uma mentira que todos acertaram, talvez que porque todos conheceram o Mundial e sabem que isto seria quase impossível. O Mundial era uma instituição, realmente muito estranha, isto olhando para trás principalmente para o tipo de crowd: prostitutas, mafiosos, alguns perdidos e um bando de adolescentes de liceu. No entanto tenho-vos a dizer que me lembro duma ou outra vez que tive de sair pela porta dos fundos porque vinha aí rusga da polícia. Lembro-me também de estar a cirandar no lobby do hotel, à espera que a polícia fosse embora para voltar de novo para a pista de dança. Ah, e lembro-me também de sair às 2 da manhã, ir a casa perguntar à minha máe se podia ficar mais 1 hr na discoteca. A minha mãe no seu quinto sono dizer-me que sim e depois de não se lembrar de nada no dia seguinte.... Mas tu deixaste, mãe, mas 'tás a ver estou aqui portanto não houve problema... Enfim, outros tempos...

8 - Já fui a uma despedida de solteiro com direito a clube de strip e tudo.

VERDADE. 'O 8 é demasiado comum para ser uma verdadeira história de prainha!' diria o Manel, pois é, mas comum ou não, é uma verdadeira história de prainha.
Em Londres, depois de 5 meses bem sofridos Marcel resolve pedir Cris em casamento, tudo normal até aqui não fosse a noiva estar no Rio de Janeiro. Uma verdadeira novela brasileira, preparativos à porta, uma viagem, uma mudança de vida, e sem tempo para organizar despedida de solteiro. Já quase de partida, lá desabafou que também queria despedida de solteiro mas tinha de ser daquela mesmo de solteiro, só com macho, ir ver o 'estripe', muita bunda, mulhê pelada.
Mas Marcel na altura não tinha muito amigo homem, portanto só macho seria difícil. Cabecinha pensadora voltou e propôs: - Eh, mas mulhê também pode i. Vâmo, vai todo o mundo. E todo o mundo foi: 3 macho e meia dúzia de mulhê. Quase não nos deixavam entrar no strip club, dada a estranheza da situação. Desfez-se o mito e a curiosidade feminina e no fim até table dance oferecemos ao noivo. Escusado será dizer que foi mulhê que escolheu...
Um dos machos: - Eu já tinha vindo a este tipo de clube só com homem, mas assim isto é uma experiência diferente. Agora olho para a mulher e já vejo celulite, bunda mole, peito descaído...


9 - Já desmaiei no cinema, a comer e em pleno centro de saúde. Duma das vezes quase parti os dentes da frente.

VERDADE. Quem é leitor assíduo deste blog, já ouviu falar destas histórias. A história dos dentes foi realmente no centro de saúde. Em Macau, senti-me doente e resolvi ir ao médico. Quando cheguei ao centro de saúde, esperei, esperei mas todo o bendito chinoca me passava à frente. Até que me chegou a mostarda ao nariz e resolvi pôr-me na porta do consultório a bloquear a entrada aos invasores. A partir daí foi um ver de estrelas. Quando acordei tinha a enfermeira a ver-me os dentes para verificar que não os tinha partido, dado que o meu embate foi de chapa... O que é certo é que garanti o meu atendimento...

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1 Comments:

Blogger Billy said...

Que divertido, Prainha! Realmente este deve ter sido o meme mais giro da história bloguística (da minha, pelo menos). E estou muito orgulhosa porque acertei em duas de três!

Realmente as tuas histórias são muuuuuuuito divertidas, e todas podiam ser verdadeiras e todas podiam ser falsas! Que fixe!

01:03  

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