BACK TO ISTANBUL
Sei que tenho desiludido os meus leitores pela minha ausência neste blog, mas como compensação da vossa assiduidade vou voltar a Istambul.
Para começar como podem imaginar não fui sozinha. Ainda está para saber como arranjei um gang tão internacional e dadas as minhas afamadas histórias louvo-lhes a coragem em me acompanharem em tal feito. Troupe intercontinental, até teria dado a poster de circo, mas a Anja vinda da África do Sul não conseguiu embarcar os leões e perdemos o nosso atractivo.
No entanto o nosso atractivo tinha outro nome... este viria directamente de Lisboa, um pouco last minute, mas que nos deu motivo de entretenimento para as primeiras horas em Istambul. Para além da Anja, da Andrea, outra sul africana, e da Ana, sérvia, o resto do grupo cingiu-se a uma mini comunidade lusa. A Lu, o Mi e o convidado surpresa e claro je mois même.
Entre preparativos Mi tentava convencer-me que não se preocupava em ser o único representante do género masculino, nem ele sabia para o que estava guardado. No entanto damos-lhe a desculpa pois deve ser fantasia de qualquer homem ter um harem. Acho que Mi imaginou-se logo Sultão, e por portas e travessas vim a saber que tal feito foi bem publicitado no seu núcleo masculino. Digo-vos já que é sempre bom ter um acompanhante masculino, portanto mesmo em minoria as meninas agradeceram tal determinação ou diria disposição...
Chegadas a Istambul o Harem dirigiu-se ao hotel, eis quando Sultão comunica que tinha aterrado em terreno turco também... Momentaneamente Prainha entra em missão 007. Saca do seu mobile e comunica a James Bond as coordenadas de Sultão. Aqui é que a história vira engraçada, Sultão tinha acabado de ligar a Bond, comunicando-lhe as suas coordenadas e fazendo pirraça da sua condição de privilegiado quando Bond quase se descose dado que se encontravam a poucos metros de distância...
O Harem entra em acção e tenta de tudo para ocultar a Sultão o surgimento de Bond, umas horas depois. Anja quase aborta a missão e muita pestana foi arejada para fazer cúmplice o recepcionista do hotel. A expressão de choque de Sultão ao ver Bond completamente deslocado geograficamente em pleno Grande Bazar não tem preço e a missão foi bem sucedida. Bond surgiu para grande surpresa de Sultão e acho que hoje este agradece o 'male bonding'. Foi um harem dividido a dois, mas nem por isso deixaram de se sentir o centro do núcleo feminino e o orgulho com que nos passeavam na rua, não deu para esconder a sua condição de Sultões por uns dias.
Diz-se CONS,
Diz-se TAN,
Diz-se CONSTANTI,
Diz-se TIPLE,
Diz-se TOPLE,
Diz-se Constantinopla.
Lembrei-me várias vezes de tal ladaínha, esta que me foi ensinada há mais de metade da minha vida e que surgiu de inspiração a muita dança...
Constantinopla, nem sei por onde começar, pois não quero que este post vire roteiro turístico. Para entedear os meus leitores com descrições exaustivas do que vimos, do que ouvimos e do que fizémos, mais vale fazer-vos um link para o lonelyplanet. Mais ainda creio que um post não seria suficiente para tal, dada a diversão cultural duma cidade como Istambul.
East meets west, acho que seria a descrição mais fiável, embora a componente ocidental dilui-se e perde-se por osmose. E é aí que tudo se torna mais interessante... Semelhante a Lisboa em termos de geografia, pela proximidade do mar, do rio, e das suas várias colinas, hoje entendo por que há gente que descreve a nossa cidade alfacinha como uma cidade oriental e não europeia... Precisamente talvez porque tenham como memória a luz de Istambul... É sem dúvida uma cidade fascinante e à semelhança de Lisboa também desconfio que devam ser poucos os viajantes que não gostem de Istambul, embora não percebam o que faz dela tão especial...
A primeira vez para mim em território muçulmano, o Adhan tornou-se para mim alarme de despertador e ainda hoje recordo o ambiente estranho em que acordei pela madrugada desorientada sem saber de onde vinha tal musicalidade. Ver nascer o sol com Aya Sofia e a Mesquita Azul ao som do Adhan é uma experiência mágica seja em que religião fôr.
Em terra de Sultões não poderíamos deixar de perder o Palácio Topikapi, muito menos o Harem onde os nossos queridos Sultões não se fizeram rogados em nos tirar fotos para mostrar aos amigos e bem posso imaginar as legendas de tais imagens... O Harem viria a tornar-se um pouco mais reduzido com a partida de Andrea a Londres. Mas a viagem dela terminaria com um cruzeiro pelo Bosphorus até ao Mar Negro e com um almoço delicioso de peixe em terra de pescadores e de pés na Ásia. Ainda hoje guardo memória da fantástica sopa de peixe. iahm, iahm...
A vantagem de se ser internacional é que qualquer o lugar onde se fôr há sempre um amigo ou conhecido e surge oportunidade de trocar impressões com um local. Aqui entre nós, os nossos sultões não conseguiram esconder o entusiamo perante tal beleza exótica e agradeceram a adição ao harem de Burcu (lê-se BURJU). Tal encontro proporcionou-nos uma noite bem interessante de conversa sobre diferenças culturais, onde até a nossa sina foi lida em desenhos de café. Confesso que bebi pela primeira vez o meu café sem leite, em chávena de expresso, isto em vésperas de virar para outra década. Claro que isto foi tudo em prol dum futuro risonho, em que o destino proporciona-me grandes viagens e uma intensa vida social. Ah, para além dum grande peixe que me irá saltar para o prato...
Embora o tempo não tivesse ajudado nos primeiros 2 dias, até neve tivémos direito, quem diz que em terra de 'infiéis' os santos não ouvem preces? S. Pedro deu-me a melhor prenda de sempre. Um lindo dia de Sol e um céu azul turquesa. Isto acordar sem ter de ir trabalhar e na companhia de amigos no dia do meu aniversário fez dele sem dúvida um dos melhores que alguma vez tive.
Pequeno-almoço com vista para Aya Sofia e Mesquita Azul, um encontro abençoado (um Bispo do Vaticano visitava a Mesquita) na Mesquita Azul, um 'mergulho' debaixo de terra para ver a cisterna, almoço ao sol de 'pizzas turcas' acompanhadas de sumo de laranja e romã. Em seguida rumaríamos ao Grande Bazar e ao Bazar das Especiarias. Fora do percurso turístico, perdemo-nos por ruas de quinquilharias onde percebi o verdadeiro significado de bazar. Sem dúvida o exotismo no seu ponto máximo, mas a sensação de que nos embrenhámos noutro mundo e noutra cultura.
No rio, divertimo-nos com os restaurantes peculiares da zona, onde se cozinha no mar e come-se em terra... Fica a dúvida como tais cozinheiros não se rendem à sensibilidade do estômago em tamanha ondulação... Rio sem peixe, não é rio, portanto não escapámos de mais uma visita a um mercado de peixe. Aliás ou não seria dia de ver mercados, uma das minhas coisas favoritas, para além do sol.
Para terminar o dia fomos a banhos, aliás o verdadeiro banho turco. Depois duma esfregadela em que quase me arrancavam a pele fui compensada com uma massagem que me tirou anos de cima. Saí a levitar e ninguém diria que tinha acabado de levar uma tareia por uma verdadeira matrona turca...
Oficializei a minha chegada aos 30 no restaurante da moda chamado 360º com vista para Istambul onde me cantaram parabém e soprei velas em companhia de amigos...
No dia seguinte regressaríamos a casa e não fosse termos perdido dois elementos do grupo rendidos à sensibilidades do estômago, julgo que resultado das 1001 experiências culinárias dos dias anterioes, poderíamos dizer que teria sido uma viagem exemplar... No entanto para uns temo que terá acabado a pão e água...
Para começar como podem imaginar não fui sozinha. Ainda está para saber como arranjei um gang tão internacional e dadas as minhas afamadas histórias louvo-lhes a coragem em me acompanharem em tal feito. Troupe intercontinental, até teria dado a poster de circo, mas a Anja vinda da África do Sul não conseguiu embarcar os leões e perdemos o nosso atractivo.
No entanto o nosso atractivo tinha outro nome... este viria directamente de Lisboa, um pouco last minute, mas que nos deu motivo de entretenimento para as primeiras horas em Istambul. Para além da Anja, da Andrea, outra sul africana, e da Ana, sérvia, o resto do grupo cingiu-se a uma mini comunidade lusa. A Lu, o Mi e o convidado surpresa e claro je mois même.
Entre preparativos Mi tentava convencer-me que não se preocupava em ser o único representante do género masculino, nem ele sabia para o que estava guardado. No entanto damos-lhe a desculpa pois deve ser fantasia de qualquer homem ter um harem. Acho que Mi imaginou-se logo Sultão, e por portas e travessas vim a saber que tal feito foi bem publicitado no seu núcleo masculino. Digo-vos já que é sempre bom ter um acompanhante masculino, portanto mesmo em minoria as meninas agradeceram tal determinação ou diria disposição...
Chegadas a Istambul o Harem dirigiu-se ao hotel, eis quando Sultão comunica que tinha aterrado em terreno turco também... Momentaneamente Prainha entra em missão 007. Saca do seu mobile e comunica a James Bond as coordenadas de Sultão. Aqui é que a história vira engraçada, Sultão tinha acabado de ligar a Bond, comunicando-lhe as suas coordenadas e fazendo pirraça da sua condição de privilegiado quando Bond quase se descose dado que se encontravam a poucos metros de distância...
O Harem entra em acção e tenta de tudo para ocultar a Sultão o surgimento de Bond, umas horas depois. Anja quase aborta a missão e muita pestana foi arejada para fazer cúmplice o recepcionista do hotel. A expressão de choque de Sultão ao ver Bond completamente deslocado geograficamente em pleno Grande Bazar não tem preço e a missão foi bem sucedida. Bond surgiu para grande surpresa de Sultão e acho que hoje este agradece o 'male bonding'. Foi um harem dividido a dois, mas nem por isso deixaram de se sentir o centro do núcleo feminino e o orgulho com que nos passeavam na rua, não deu para esconder a sua condição de Sultões por uns dias.
Diz-se CONS,
Diz-se TAN,
Diz-se CONSTANTI,
Diz-se TIPLE,
Diz-se TOPLE,
Diz-se Constantinopla.
Lembrei-me várias vezes de tal ladaínha, esta que me foi ensinada há mais de metade da minha vida e que surgiu de inspiração a muita dança...
Constantinopla, nem sei por onde começar, pois não quero que este post vire roteiro turístico. Para entedear os meus leitores com descrições exaustivas do que vimos, do que ouvimos e do que fizémos, mais vale fazer-vos um link para o lonelyplanet. Mais ainda creio que um post não seria suficiente para tal, dada a diversão cultural duma cidade como Istambul.
East meets west, acho que seria a descrição mais fiável, embora a componente ocidental dilui-se e perde-se por osmose. E é aí que tudo se torna mais interessante... Semelhante a Lisboa em termos de geografia, pela proximidade do mar, do rio, e das suas várias colinas, hoje entendo por que há gente que descreve a nossa cidade alfacinha como uma cidade oriental e não europeia... Precisamente talvez porque tenham como memória a luz de Istambul... É sem dúvida uma cidade fascinante e à semelhança de Lisboa também desconfio que devam ser poucos os viajantes que não gostem de Istambul, embora não percebam o que faz dela tão especial...
A primeira vez para mim em território muçulmano, o Adhan tornou-se para mim alarme de despertador e ainda hoje recordo o ambiente estranho em que acordei pela madrugada desorientada sem saber de onde vinha tal musicalidade. Ver nascer o sol com Aya Sofia e a Mesquita Azul ao som do Adhan é uma experiência mágica seja em que religião fôr.
Em terra de Sultões não poderíamos deixar de perder o Palácio Topikapi, muito menos o Harem onde os nossos queridos Sultões não se fizeram rogados em nos tirar fotos para mostrar aos amigos e bem posso imaginar as legendas de tais imagens... O Harem viria a tornar-se um pouco mais reduzido com a partida de Andrea a Londres. Mas a viagem dela terminaria com um cruzeiro pelo Bosphorus até ao Mar Negro e com um almoço delicioso de peixe em terra de pescadores e de pés na Ásia. Ainda hoje guardo memória da fantástica sopa de peixe. iahm, iahm...
A vantagem de se ser internacional é que qualquer o lugar onde se fôr há sempre um amigo ou conhecido e surge oportunidade de trocar impressões com um local. Aqui entre nós, os nossos sultões não conseguiram esconder o entusiamo perante tal beleza exótica e agradeceram a adição ao harem de Burcu (lê-se BURJU). Tal encontro proporcionou-nos uma noite bem interessante de conversa sobre diferenças culturais, onde até a nossa sina foi lida em desenhos de café. Confesso que bebi pela primeira vez o meu café sem leite, em chávena de expresso, isto em vésperas de virar para outra década. Claro que isto foi tudo em prol dum futuro risonho, em que o destino proporciona-me grandes viagens e uma intensa vida social. Ah, para além dum grande peixe que me irá saltar para o prato...
Embora o tempo não tivesse ajudado nos primeiros 2 dias, até neve tivémos direito, quem diz que em terra de 'infiéis' os santos não ouvem preces? S. Pedro deu-me a melhor prenda de sempre. Um lindo dia de Sol e um céu azul turquesa. Isto acordar sem ter de ir trabalhar e na companhia de amigos no dia do meu aniversário fez dele sem dúvida um dos melhores que alguma vez tive.
Pequeno-almoço com vista para Aya Sofia e Mesquita Azul, um encontro abençoado (um Bispo do Vaticano visitava a Mesquita) na Mesquita Azul, um 'mergulho' debaixo de terra para ver a cisterna, almoço ao sol de 'pizzas turcas' acompanhadas de sumo de laranja e romã. Em seguida rumaríamos ao Grande Bazar e ao Bazar das Especiarias. Fora do percurso turístico, perdemo-nos por ruas de quinquilharias onde percebi o verdadeiro significado de bazar. Sem dúvida o exotismo no seu ponto máximo, mas a sensação de que nos embrenhámos noutro mundo e noutra cultura.
No rio, divertimo-nos com os restaurantes peculiares da zona, onde se cozinha no mar e come-se em terra... Fica a dúvida como tais cozinheiros não se rendem à sensibilidade do estômago em tamanha ondulação... Rio sem peixe, não é rio, portanto não escapámos de mais uma visita a um mercado de peixe. Aliás ou não seria dia de ver mercados, uma das minhas coisas favoritas, para além do sol.
Para terminar o dia fomos a banhos, aliás o verdadeiro banho turco. Depois duma esfregadela em que quase me arrancavam a pele fui compensada com uma massagem que me tirou anos de cima. Saí a levitar e ninguém diria que tinha acabado de levar uma tareia por uma verdadeira matrona turca...
Oficializei a minha chegada aos 30 no restaurante da moda chamado 360º com vista para Istambul onde me cantaram parabém e soprei velas em companhia de amigos...
No dia seguinte regressaríamos a casa e não fosse termos perdido dois elementos do grupo rendidos à sensibilidades do estômago, julgo que resultado das 1001 experiências culinárias dos dias anterioes, poderíamos dizer que teria sido uma viagem exemplar... No entanto para uns temo que terá acabado a pão e água...
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