OO6 PASSAGEM DE ANO
Dia 31 de Dezembro para mim é sempre um dia peculiar. Fico com a sensação de que o ano velho já está gasto mesmo e qualquer coisa que aconteça pertencerá sempre a um passado. O ano novo por sua vez traz consigo a novidade, a expectativa de que o futuro será ainda melhor que o passado.
Por outro lado, é um dia diferente dos outros e mesmo que alguém diga que não acredita em superstições ou tradições o que é certo é que nesta altura os rituais multiplicam-se. Na minha opinião esta necessidade reside no facto de que eles servem para justificar as coisas menos boas da nossa vida e sempre que não os cumprimos, culparemos sempre essa nossa falha. Coisas como passas, champanhe, roupa interior azul oferecida, roupa nova não me passaram pela cabeça quando preparava a bagagem. Com isto podem imaginar que o desafio para este ano novo era maior do que os outros, dado que no Vietname este coincide com o Ano Novo Chinês a 18 de Fevereiro (véspera de meu aniversário, não resisti passar esta informação aos meus atentos leitores) e não havia evidências de que algo especial se passaria à meia-noite desse dia.
Mas verdade seja dita, o objectivo de viajar é sermos confrontados com diferentes realidades e contarmos com o nosso espírito de improvisação para ultrapassar os obstáculos.
Por outro lado, é um dia diferente dos outros e mesmo que alguém diga que não acredita em superstições ou tradições o que é certo é que nesta altura os rituais multiplicam-se. Na minha opinião esta necessidade reside no facto de que eles servem para justificar as coisas menos boas da nossa vida e sempre que não os cumprimos, culparemos sempre essa nossa falha. Coisas como passas, champanhe, roupa interior azul oferecida, roupa nova não me passaram pela cabeça quando preparava a bagagem. Com isto podem imaginar que o desafio para este ano novo era maior do que os outros, dado que no Vietname este coincide com o Ano Novo Chinês a 18 de Fevereiro (véspera de meu aniversário, não resisti passar esta informação aos meus atentos leitores) e não havia evidências de que algo especial se passaria à meia-noite desse dia.
Mas verdade seja dita, o objectivo de viajar é sermos confrontados com diferentes realidades e contarmos com o nosso espírito de improvisação para ultrapassar os obstáculos.
China trouxe as passas embrulhadinhas num guardanapo, vindas directamente de terras lusas. Num rasgo de lucidez tirou uma mão cheia delas e saiu porta fora rumo ao aeroporto. Organizada como é, trouxe também a tão afamada roupa interior azul e até a dobrar. Confesso que esta última tradição intriga-me, alguém me explica?
As passas, talvez por serem doces e nobres - pretensiosas na minha opinião, é sempre um sacrifício comê-las -; 12 por serem 12 badaladas e 12 meses do ano; em cima da cadeira para entrar bem alto, e ao pé coxinho para se garantir entrada de pé direito; roupa nova pela novidade; de branco para uns, porque simboliza pureza e para começarmos limpinhos, mesmo que ao fim da noite, as nódoas povoem. Numa pesquisa pela web encontrei uma teoria de um "iluminado" que passo a transcrever:
"Se comes passas quando passas a passagem de ano, então se comeres pinhões quando pinhas a pinhoagem de ano, o resultado será o mesmo?
Este ano experimentei também uma coisa igualmente ridícula: Meter-me em cima duma cadeira com uma nota na mão e agitá-la para dar sorte (isto há com cada um...)
E outra: Porque razão sempre que há a contagem decrescente, se começa sempre no 10?porque não no 39 ou no 59?E já agora, que cena é esta de nunca ninguém conseguir acertar nos primeiros segundos a contagem decrescente?é que é tipico! Enquanto um vai no 8, outro já vai no 6, e depois há outro que diz "espera aí, espera aí!""
Mas nada de roupa interior azul!!! Lanço o desafio...
As misses lá se resolveram e 3 foram vestidas de branco, uma outra com roupa nova, eu tive direito a roupa interior azul que China me ofereceu. Preparadas para o ano novo no calor, que é um luxo e novidade, a bem ou a mal, a boa disposição reinava.
Bem, depois da várias tentativas frustradas de passar o fim-de-ano num restaurante ou bar animado, acabámos mesmo na rua. Esperávamos fogo-de-artifício ou barulho de panelas, mas apenas um conjunto de balões que inundou os céus e que demorou 5 minutos a chegar a nós. Nesta confusão enquanto uma começava a contagem decrescente e outras já estavam aos pulos em pé coxinho, a tentar contar as passas, que não eram 12, mais todos os desejos que ficaram esquecidos e a seco, dada a ausência de champanhe, lembro-me de parar no tempo.
Quando dei por nós, algures depois das 7 passas e meia e das 12 badaladas contadas 4 vezes, estávamos praticamente no meio da estrada, rodeadas de vietnamitas nas suas vespas que nos cercaram 360º. Divertidíssimos com as nossas manifestações, as 4 abraçadas em roda e aos pulos, foram atraídos pela nova coreografia vinda directamente do Ocidente. Passada a emoção, um pouco desorientadas olhámos para trás de nós e deparámo-nos com o bar da moda cheio de estrangeiros e gente estirada na relva e à volta da fonte. A proximidade do champanhe levou-nos a correr e saciada a sede, ainda deu para balançar o corpo ao ritmo de música mais da moda e contemporânea por mais umas horas.
O que é certo é que mesmo sem o cumprimento estrito de todos os rituais exigidos, este ano começou da melhor forma: rodeada de amigas, calor, boa disposição e na expectativa de muitos dias e emoções futuras...
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