ABRIL II
Aproveitando a semelhança de interesses e a profissão em comum rumámos a Pensilvânia. 6 horas de viagem em que a paisagem vai gradualmente afastando-se da urbanidade e transformando-se em ritmos infindáveis de troncos. Diferentes verdes que embalando-nos numa serenidade e tranquilidade contrastam com o frenesim citadino deixado para trás.
A sensação é de que estive numa América mais profunda, mais genuína, mais assustadora, um cenário típico dum episódio de Twin Peaks.
Situada num Parque Natural fomos ver A OBRA. Pela primeira vez percebi por que há certas obras que atingem um certo estatuto mesmo que as imagens não façam jus ao que é a realidade.
A Casa da Cascata é um edifício para ser percepcionado por todos os sentidos (o cheiro a floresta, o som da água, as diferentes texturas, a passagem das estações). É uma casa para ser vivida e sentida...
Como museu, a falta de calor humano deixa-nos a pensar na ambiguidade e subversão duma arquitectura que foi pensada e criada para não estar vazia e desprovida de alma...
2 Comments:
A tua descrição fez-me lembrar a sensação de visitar as três casas de Pablo Neruda abertas ao público. Sente-se no ar um pouco de quem lá viveu, mas num ambiente algo musealizado. Mas mesmo assim vale a pena, acho.
Verdade seja dita, se a casa não fosse museu teria sido privada do privilégio que foi em visitá-la. Talvez seja a pena de não ser eu a alma da casa...
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