15.7.07

015 GOODBYE VIETNAM

As despedidas são sempre dolorosas e depois de tamanha aventura foi difícil deixá-lo para trás. Mal queria acreditar que já tinha passado. O tempo é cruel e faz-nos estas partidas, de repente, tanto tempo a imaginar algo e quando abrimos os olhos outra vez já passou...
Regressando a Pequim, a cidade estava ainda branca de neve. Viam-se vestígios do cenário dos dias anteriores e a mim tudo me pareceu um sonho... Ainda há umas horas estávamos em pleno calor e Verão... Um choque térmico de quase 30º, tendo em conta que as temperaturas eram negativas quando chegámos. O mundo urbano e frio fez-me regressar com os pés à terra para depois os deixar de sentir outra vez...
Voltando à vida mundana e depois de tanta história achámos que tínhamos direito a uma sessão de mimos. As misses feitas dondocas correram então para o SPA e foi sessão de unhas, de pés, de massagem, de esfoliação, regressando a um aspecto mais normal (normal entenda-se menos todo-o-terreno que tanto caracterizaram os dias vietnamitas). Seguiu-se uma sessão de compras e um jantar fantástico acompanhado de caipirinhas onde contámos e revemos todas as nossas aventuras... Sem dúvida muitas histórias para contar e muitas fotografias para rever...

14.7.07

SARDINHAS

Num acto de desespero e em busca incessante de sol surgiu a ideia de fugir por um fim-de-semana algures fora do frio. De Londres as hipóteses multiplicam-se mas se imaginarmos que outros 7 milhões de pessoas poderão estar a aspirar pela mesma ideia de Verão, entro em depressão cada vez que me deparo com o preço da espontaneidade nesta perdida ilha do norte.
Após uma pesquisa da net e graças a um google earth a imagem idílica de água azul turquesa, ilhas mediterrânicas e a um preço apelativo surgiu-nos Sardenha. O que para mim até então era apenas mais uma mera mancha junto a Itália no mapa da Europa, revelou-se o paraíso. Foi tudo e muito mais o que vimos nas fotos. Água azul turquesa, cristalina, areia branca e um sol quente e um céu azul que parecia saído dum filme de piratas nas Caraíbas.
A companhia não poderia ter sido melhor: começou com uma dupla feminina greco-tuga mas dado o nosso contagiante entusiasmo num acto de espontaneidade outra dupla (masculina desta vez) luso-germânica se juntou e compôs-se a turma dos Fab Four.
Depois de uma contorbada viagem de táxi até ao aeroporto de Stansted, lá pelas 3 da manhã em que o nosso condutor se apresentou como Bond, James Bond, versão África, mal nós sabíamos que umas horas mais tarde já em Alghero ao pequeno-almoço nos apresentariam o Bond, James Bond versão Sardenha.
Foram 5 dias de praia e sol e calor e mar e viagem e férias e.... Foram 5 dias que pareceram uma semana ou mais num local paradisíaco. Isto tem as suas vantagens viver em terras de Sua Majestade. Os sentidos apuram-se quando somos deparados com a 'real thing'. A praia sabe melhor, o céu fica mais azul, a areia é mais fina, o marisco é iguaria e o calor na pele faz-nos arrepiar de prazer...
Como estratégia delineada tínhamos por objectivo procurar uma praia diferente cada dia, se não duas por dia para experimentar todas as vertentes da ilha: praias da lua, praias de rocha, praias para snorkeling (ainda tenho os picos do ouriço no pé), praias de areia branca, praias das bahamas, praias de ondas. Depois dos curtos roteiros culturais, sim também os houve, pelas pequenas vilas medievais e pitorescas (simplesmente porque as vilas eram pequenas) e das missões 'pôr-do-sol´ onde bebida e comida não faltou a acompanhar tão perfeitos momentos onde o sol encontra o horizonte em perfeita sintonia cromática na mais mágica envolvente...

014 HANOI







Com tanta conversa para pôr em dia, chegámos à conclusão que o nosso plano inicial já tinha sido furado há muito tempo e decidimo-nos ficar por terra.
Qual Halong Bay de barco para ver as formações rochosas ou Sapa, os míticos arrozais nas montanhas? O segredo está em deixar algo para ver que é para depois servirmo-nos dessa desculpa para um próximo regresso.
Hanoi fez-me lembrar Macau. Com a sua arquitectura colonial, a confusão do Mercado Vermelho, as bicicletas e os riquexós, provavelmente um Macau que já não existe mas que ainda me resta na memória... Hanoi é assim... cores ocres e rosas velhos fazem parte da paleta da cidade remetendo-nos para tempos coloniais; a lenda local que fala dumas tartarugas gigantes que povoam o fundo do lago em pleno centro da cidade e se não fosse a diferença de escala quase poderia identificar semelhanças com o Lou Lim Iok (para os que não sabem era o típico jardim chinês que eu via da minha janela do meu 19º andar) ou os cheiros que mais uma vez me inundaram a memória, doces, acres, fortes, cheiros da Ásia.
De mochila às costas e máquina fotográfica a tiracolo explorámos a cidade, ou diria o centro histórico, tal e qual típicas turistas. Até riquexó resolvemos apanhar de regresso para o hotel e não tivesse sido o episódio do GIVE ME THE MONEY e tinha sido apenas mais um transporte alternativo desta nossa viagem... Depois da típica discussão e negoceata do preço da viagem, apanhámos 2 riquexós, um para cada duas. Fizémos corridas pelas ruas de Hanoi, sentimos o frenesim das motas e das bicicletas que nos faziam tangentes numa cidade em que não há leis da física que não sejam possíveis ou ângulos e distâncias que não sejam testadas sem haver maiores consequências. Claro que chegadas ao destino e na ausência de trocos resolvemos pagar os 2 riquexós com a mesma nota. Perdidas na tradução de repente o preço já era por cada uma das viaturas e Vietname rangendo os dentes começa a exigir o dinheiro de volta: GIIIIIIIVE ME THE 'MUNEY'! GIVE MEEEE THE 'MUNEY'!!! DO YOU WANT ME TO 'CALLLLL' THE POLICE? (aqui o vietnamita apenas anuiu com a cabeça que sim e Vietname continuou...) GIVE ME THE MUNEY; GIVE ME THE MOUNEY!!! Nem mostrando os dentes, pois enquanto tentávamos explicar ao outro condutor que tinham de fazer contas entre eles, pernas para que te quero e um dos riquexós desvaneceu-se no meio do caos de velocípedes. Enganadas, recusámo-nos a pagar a dobrar e ao pobre homem só lhe restou sair atrás do seu compatriota... Bem ficou a história e a 'private joke' do give me the muney.
Para terminar a nossa viagem voltámos a ser crianças e fomos ao teatro de marionetas. Aqui as marionetas vivem na água e têm efeitos especiais...
Os tempos mudam e nem a banda sonora em vietnamita tornou o espectáculo menos interessante...

12.7.07

ARCA DE NOÉ

Depois de mais uma longa ausência que teve direito a reclamações via telefone directamente da Pátria: "- Olha estou a ligar-te para te dizer para escreveres no BLOG! Raio da miúda, o que é que ela anda a fazer? Anda aqui uma pessoa a sofrer, eu já sei o que se vai passar, mas quero saber como contas a tua versão. Então vá, volta lá, mas escreve no BLOG!!! Vai uma pessoa com a esperança a achar que ela já escreveu algo e nada, nem as meias sujas ela mostra. Deves andar a aprontar, deves, deves! Mau, mau, Maria!"
Regressei de novo ao mundo real onde a tecnologia não ajuda, o Verão teima em chegar e o trabalho começa a apertar...
Bem sei que não serve de desculpa, mas a verdade, a verdade é que mesmo com chuva não tenho vontade de vir para casa. A luz do dia até às 11 da noite desregula-me o sistema circadiano e desperta-me no momento em que saio do trabalho. O timing é excelente, sem dúvida, mas começo a parecer brit a correr para o pub depois das 5.30. A esperança da chegada dum Verão já morreu e há que aproveitar pelo menos a luz do dia. Este é que é o Verão britânico, os restícios do tempo tropical que se fez sentir o ano passado foi mesmo fruto do aquecimento global e desta vez para trocar as voltas veio o dilúvio. Tempestades tropicais autênticas em que a única esperança é que surja uma barca em que caibamos todos, tipo arca de Noé, com os bichos e tudo...

10.7.07

...







Exposição a não perder, Antony Gormley na exibição do seu trabalho: Blind Light.
...

Deixo as imagens...

7.7.07

LIVE EARTH





Eu estive lá... e vi tudo e tudo...
Vi o estádio, vi entre muitos outros, os Razorlight, vi os Snow Patrol, os Red Hot, os Beastie Boys, Black Eyed Peas, Bloc Party, Paolo Nutini, Metallica, Foo Fighters e para terminar Madonna.
10 horas de música que acabaram com uma fila de 1 hr até ao metro. E onde a Polícia revelou-se bem humorada pois para entreter a multidão nos tempos de espera, fizeram toda a gente fazer a onda, da frente da fila para trás e de trás para a frente com direito a bis e tudo!

5.7.07

013 REENCONTRO

Já pela tarde, Saigão e Vietname, sorridentes, chegaram. Nós dentro do átrio do hotel não nos conseguimos conter e fomos ter com elas à porta... Em grande algazarra, abraços e beijinhos, vemos as recepcionistas correrem para as duas e abraçarem-nas também. Já ninguém sabia quem abraçava quem nem porquê, mas isto para provar que há linguagens que são mesmo universais e ultrapassam barreiras.
Mudámo-nos para a suite para 4, sim, porque depois desta aventura, separadas já não queríamos ficar... e saímos... Finalmente em terra...
Muitas aventuras para contar e muita conversa para pôr em dia ao sabor dum sumo tropical e de croissants de chocolate à boa forma francesa...

2.7.07

CARÍSSIMOS, VOLTEI!!!


milão


a caminho do paraíso...


prainha e eu...

velho amigo...
Sei que estes últimos meses têm sido de desilusão para alguns assíduos leitores.
Peço desculpa, mas isto foi uma estratégia de marketing... O que eu náo contei é que a nossa aventura virou género série televisiva e tal como LOST queria deixar-vos na expectativa para a próxima temporada de episódios...
O problema é que blog passou a ser trabalho de casa e confesso que a minha vida de estudante infelizmente já terminou há algum tempo. Desculpas e mais desculpas...

No entanto acho que já sofreram demais e também não quero que percam o interesse pois o Verão promete, (aliás vou refazer a frase, o Verão já foi, algures entre a Páscoa e o 1º de Maio, precisamente quando estive de férias para animar a malta que me viu pelas costas)...
Mais um parêntese (hoje liguei o aquecimento central, apanhei uma molha pois estive entre ficar à chuva debaixo duma árvore e ficar encharcada ao fim de 15 minutos ou andar 15 minutos e ficar encharcada na mesma, optei pela última, ao menos deu para saborear a chuva e sentir-me tal e qual criança rabina direitinha para o chuveiro ao chegar a casa)...

A verdade é que desde a minha missão IKEA, muita coisa se passou. Houve altos e baixos, houve mudanças, transições, despedidas, 'boas vindas', choro, riso, intrigas, férias, sol e praia, chuva e lama, houve uma data de coisas que perdi o fio à meada... E por mais que imagine já o vosso olho a salivar por uma novela mexicana, de faca e alguidar, a motivação tem sido pouca e o tempo também.
Devo estar a passar por aquelas alturas em que nos sentimos espectadores da nossa própria vida, não porque fazemos parte dela, mas porque ela simplesmente deixa de nos pertencer. O tempo passa tão rápido que no momento em que queremos agarrá-la, já foi.
Parece discurso de terceira idade, mas acho que todos nós temos estes momentos em que descemos bem lá no fundo, voltamos a subir vertiginosamente e depois estabilizamos na terra de ninguém, e aspiramos a subir ou descer outra vez, tal e qual montanha russa. Confesso que aqui para descer, já nos basta o tempo, portanto agora só quero o Sol e o calor para nos trazer ao estado de euforia tão característico desta estação...

Mas desabafos à parte, ora vamos lá recapitular cenas dos capítulos anteriores:
- Prainha vai a Milão em onda fashion e design tão característico do Saloni para o encontro internacional da praxe, entre amigos bebi o melhor mujito de sempre, comi spaghetti enrolado em massa de pizza, hable castellano, tentei o italiano, e acabei com sotaque brasileiro;
- Prainha muda de trabalho e marca férias na expectativa de apanhar o verão luso;
- Prainha não apanha o Verão luso, porque este apanha avião para Londres; mas mesmo assim, por compaixão deixou amiga Primavera e as tardes de estio para umas sangrias na praia e um bronze que dura até hoje. Amizades para rever e gastronomia para apreciar com outro alento...
- Prainha volta e desencontra-se com Verão mas encontra Inverno na porta de casa. Inverno decide ficar por 2 semanas;
- Prainha recebe amigos 'tripeiros' com quem faz um tour pela cena musical de Londres, montes de lojas de vinyl, parques e museus;
- Prainha vai a um casamento de tempos modernos;
- Prainha despede-se de grandes amizades;
- Prainha reencontra Outono e decide ocupar culturalmente e socialmente a sua vida - segue-se um leque enorme de eventos ao que o leitor será dispensado de ler;
- Prainha encontra Peixinho no tanque, mais um típico cenário de homicídio kinguío;
- Prainha desiste de esperar por Verão e marca viagens pela Europa fora; próxima paragem - Sardenha, água azul turquesa e praias de areia branca... (e a minha nuvem negra, escusam de ter inveja)...